sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Consumo diário de tomate ajuda a diminuir colesterol, triglicéridos e ácido úrico

Estudo português analisou variações de parâmetros bioquímicos do fruto
As características antioxidantes do tomate têm reflexos na saúde pública. Esta foi uma das grandes conclusões de um estudo levado a cabo por uma equipa de investigação da Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU) e que incluiu um ensaio piloto ‘in vivo’.
Durante um mês, alunas das Licenciaturas em Cardiopneumologia e Enfermagem do Instituto Politécnico de Saúde do Norte formaram uma amostra aleatória e experimental, para a ingestão de um tomate por dia. O resultado assinalou que os níveis de triglicéridos e colesterol baixaram de forma significativa, apresentando uma correlação proporcional com a diminuição de peso. Este estudo pioneiro, deverá, agora, ser alargado a nível nacional.
Nesta análise foram consideradas as variações de parâmetros bioquímicos, nomeadamente, níveis séricos de glicose, triglicéridos, colesterol total e ácido úrico, associados aos índices de massa corporal (IMC), como peso, altura, percentagem de gordura e massa muscular.
Mediante os resultados, “prova-se a importância da mentalização social, cultural e económica para o aumento do consumo deste fruto, uma vez que a sua composição rica em agentes antioxidantes promovem o decréscimo de determinadas substância, no sangue, designadas por radicais livres que, em elevadas quantidades, são prejudiciais para a saúde”, defende Ana Vinha, responsável pela investigação que resulta de uma tese de doutoramento desenvolvida no Centro de Investigação em Tecnologias da Saúde do Grupo CESPU.
A investigação divulga também os aspectos mais positivos e negativos de cada tipo e forma de cultivo deste fruto – onde se incluíram as espécies de tomate cereja, chucha, rama e redondo –, produzidos a nível nacional.
A análise teve ainda por objectivo identificar a presença de compostos com acção antioxidante, com a perspectiva de uma melhor utilização deste alimento, do ponto de vista tecnológico e nutricional.
Tomate redondo é mais rentável para indústria alimentar
Tomate redondo é mais rentável para indústria alimentar
Cada espécie, uma característica
Entre os resultados obtidos, ficou, por exemplo, a saber-se que o tomate redondo é mais rentável para a indústria alimentar na produção de derivados, como polpas, ketchup ou conservas, por ter valores de sólidos solúveis mais concentrados.
O tipo chucha é, em contrapartida, o fruto que apresenta maior riqueza em compostos com acção antioxidante, nomeadamente os compostos fenólicos – ácidos fenólicos e flavonóides e, por isso, com melhores resultados no combate ao envelhecimento celular.
Já a nível microbiológico, o tomate cereja e rama caracterizam-se como os mais seguros, não tendo apresentado contaminação microbiana de nenhum microrganismo estudado (Escherichia coli, mesófilos, coliformes totais, bolores e leveduras).
“Mediante a caracterização fisiológica, bioquímica e microbiológica do tomate, conclui-se que este fruto reúne todas as características necessárias para a promoção da saúde pública, devendo-se incrementar o seu consumo”, alerta Ana Vinha. E acrescenta: “A acção antioxidante destes frutos foi analisada, mostrando que a ingestão do tomate garante uma acção protectora contra os radicais livres que pode atingir os 70 por cento”.

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