sábado, 14 de agosto de 2010

Meteoro extinguiu mesmo dinossauros, diz maior estudo sobre o tema

Dinossauro

Os dinossauros teriam desaparecido ao lado de cerca de 70% das espécies

Cientistas responsáveis pela maior revisão dos estudos sobre a extinção dos dinossauros afirmam que podem confirmar que o impacto de um asteroide sobre a Terra, na região do México, teria sido responsável pelo desaparecimento dos animais, há 65 milhões de anos.

Há 30 anos, a teoria domina os estudos sobre os dinossauros, mas permanecia sem confirmação, com alguns especialistas afirmando que a extinção poderia ter sido causada por uma erupção vulcânica na Índia.

Mas uma revisão de 20 anos de estudos sobre o assunto realizada por um grupo de 41 cientistas de 12 países sugere que há provas suficientes não apenas para apoiar a teoria do asteroide, mas para descartar outras teorias vigentes sobre a extinção dos animais.

Impacto e destruição

A revisão, publicada na edição desta sexta-feira da revista científica Science, sugere que o asteroide tinha dez mil metros de diâmetro e atingiu a Terra a uma velocidade de cerca de 20 quilômetros por segundo.

O impacto teria ocorrido na região da península de Yucatán e teria liberado um milhão de vezes mais energia do que qualquer bomba atômica testada. Dados analisados de imagens de satélite indicam que a cratera de Chicxulub, que tem 200 quilômetros de diâmetro, seria o local exato do impacto.

Segundo os pesquisadores, o impacto liberou grandes quantidades de água, poeira, gases e partículas de carboneto e fuligem, o que teria causado um bloqueio da luz solar e o consequente esfriamento da Terra.

Ainda de acordo com os cientistas, a grande quantidade de enxofre liberada pela colisão contribuiu para a formação de chuvas ácidas na terra e nos oceanos e também teria tido um efeito na queda de temperatura.

"O impacto de Chicxulub foi uma perturbação extremamente rápida dos ecossistemas da Terra, numa escala maior do que qualquer outro impacto conhecido desde que a vida surgiu na Terra", disse Sean Gullick, um dos autores do estudo.

Além dessas consequências, os cientistas ainda fizeram simulações em laboratório e revisões de estudos anteriores para afirmar que o impacto do asteroide ainda teria causado terremotos, tsunamis e incêndios.

"O impacto causou um tsunami muitas vezes maior do que a onda que se formou no Oceano Índico e atingiu a Indonésia em dezembro de 2004", afirmou o geólogo marinho Tim Bralower, da Universidade de Penn, que participou do estudo.

"Essas ondas causaram uma destruição massiva no fundo do mar", afirmou.

De acordo com os cientistas, além de ter provocado a extinção dos dinossauros, a colisão causou o desaparecimento de cerca de 70% de todas as espécies que habitavam a Terra na época.

Camada de argila

O estudo sugere que um dos argumentos mais fortes que apóiam a teoria, além da escala do impacto do asteroide no solo terrestre, seria uma camada de argila encontrada em diversas amostras do solo do período Cretáceo e Paleogeno e estudada desde 1980 após ter sido descoberta pelo geofísico Luiz Alvarez.

Essa camada é rica em um elemento chamado de irídio, abundante em asteroides e cometas, mas dificilmente encontrado em grandes concentrações na superfície da Terra.

Além disso, a camada ainda possui uma faixa de cerca de um metro onde não há fósseis de dinossauros ou de outros animais, o que poderia indicar um desaparecimento repentino.

Segundo os cientistas, essa camada de argila é encontrada em todos os sítios com amostras da fronteira entre os períodos Cretáceo e Paleogeno no mundo, o que demonstra que o fenômeno foi "realmente global".

De acordo com o estudo, nenhuma outra teoria existente sobre o fim dos dinossauros remete à extinção em massa de espécies entre esses dois períodos de maneira tão global quanto a do impacto do asteroide ou apresenta mecanismos para explicar como houve uma mudança biótica tão abrupta.

"Combinando todos os dados disponíveis de diferentes disciplinas científicas nos levam a concluir que o impacto de um asteroide há 65 milhões de anos no que hoje é o México foi a principal causa de extinções massivas", disse Peter Schulte, que liderou o estudo.

Segundo ele, apesar das provas, dificilmente a discussão sobre o desaparecimento dos animais será interrompida pelo resultado dessa revisão.

"Nós desenvolvemos um caso forte, mas as discussões vão continuar. Eu acredito que isso é basicamente ciência e nunca podemos dizer nunca", afirmou.

Bombardeio de meteoritos pode ter estimulado vida na Terra, sugere estudo

Foto: NASA/JPL

Bombardeio de asteróides pode ter estimulado vida na Terra (Foto: NASA/JPL)

Quando meteoritos de vários tamanhos bombardearam a Terra há 3,9 bilhões de anos, aquecendo a superfície do planeta e provocando a evaporação de oceanos, elas podem, ao contrário do que muitos cientistas supunham, ter ajudado a estimular o surgimento de vida no planeta, de acordo com um novo estudo da Universidade de Colorado, nos Estados Unidos.

O novo estudo mostra que o bombardeio teria derretido menos de 25% da crosta terrestre, e que micróbios podem ter sobrevivido em um habitat subterrâneo, isolados da destruição.

E o intenso calor do impacto, segundo o estudo, criou um habitat que estimulou a reprodução de bactérias formadas por uma só célula que são termófilas e hipertermófilas - capazes de sobreviver a temperaturas de 50 a 80 graus Celsius ou de até 110 graus Celsius.

Simulação

A descoberta foi feita através de uma simulação de computador. Como as evidências físicas do bombardeio de asteroides foram apagadas pelo tempo e pela ação de placas tectônicas, os pesquisadores usaram dados das rochas lunares recolhidas pelas missões Apollo, e registro de impacto de meteoros na Lua, Marte e Mercúrio.

"Até sob as condições mais extremas que nós impusemos (na simulação), a Terra não teria sido completamente esterilizada pelo bombardeio", disse Oleg Abramov, um dos autores do estudo.

Ao invés disso, fissuras que expeliam água quente podem ter criado um santuário para esses micróbios que preferem ambientes de calor extremo.

O estudo, publicado na revista Nature, sugeriu também que a vida na Terra pode ter começado 500 milhões de anos mais cedo do que se pensava.

"Não é pouco razoável sugerir que havia vida na Terra há mais de 3,9 bilhões de anos", disse Stephen Mojzisis, que também participou do estudo. "Nós sabemos de registros geoquímicos que nosso planeta era habitável naquela época."

Fonte: BBC Brasil

Portugueses identificam células que combatem rejeição de órgãos

Estudo do Instituto de Medicina Molecular é publicado domingo no «Journal of Immunology»

“Tem havido um grande esforço para encontrar e estudar estas células que conseguem controlar a acção excessiva do sistema imunitário”
“Tem havido um grande esforço para encontrar e estudar estas células que conseguem controlar a acção excessiva do sistema imunitário”
Um grupo de investigadores portugueses identificou uma população de células capaz de controlar a acção excessiva do sistema imunitário. Esta descoberta pode ser aplicada no combate à rejeição de órgãos após transplante, sobretudo do fígado.

Luís Graça, director da Unidade de Imunologia Celular do Instituto de Medicina Molecular, explica que a aplicação destes linfócitos reguladores “pode ajudar a minimizar os efeitos crónicos da imunossupressão após transplante, que colocam em risco a vida dos transplantados”.


Os estudos realizados em ratinhos mostraram que estas células produzidas in vitro migram para o fígado. Por essa razão têm uma acção protectora, especialmente concentrada nesse órgão, evitando inflamações ou a rejeição do transplante”, esclarece.

Luís Graça, investigador do IMM
Luís Graça, investigador do IMM
Luís Graça refere que “nos últimos anos tem havido um grande esforço para encontrar e estudar estas células que conseguem controlar a acção excessiva do sistema imunitário. Aquilo que nós identificámos foi uma nova população tem essa propriedade”.

A acção desta população de células, que previne a rejeição é só localizada ao fígado. Assim, consegue evitar a rejeição do transplante, não afectando todas as defesas do organismo.

Os resultados do estudo da equipa de investigadores do IMM são publicados no dia 15 de Agosto na revista «Journal of Immunology».
Fonte: Ciência Hoje PT

Australopitecos usavam ferramentas para comer

Descoberta altera em um milhão de anos capacidade dos antepassados

Ilustração de Australopithecus afarensis
Ilustração de Australopithecus afarensis
Os ancestrais da espécie humana usaram ferramentas muito antes do que se pensava. A descoberta foi feita através de marcas em ossos fossilizados no este na Etiópia.

Os fósseis serviram para demonstrar, segundo a investigação publicada hoje na Nature, que os congéneres da famosa Lucy, ou seja, os Australopithecus afarensis, utilizavam, há 3,4 milhões de anos, pedras afiadas para tirar a carne dos ossos das presas. As marcas revelam ainda que, através das ferramentas, tentavam chegar à medula, cujo teor nutritivo é elevado.

Esta descoberta atrasa quase um milhão de anos esta capacidade dos antepassados da nossa espécie. Até agora, as ferramentas mais antigas encontradas datavam de 2,6 ou 2,5 milhões de anos, como recordam no estudo Shannon McPherron, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva da Alemanha e o etíope Zeresenay Alemseged, da Academia de Ciências da Califórnia.

Este tipo de utensílios era atribuído ao Homo habilis, cujo crânio era 40 por cento maior do que o Australopithecus.

No ano passado, os paleoantropólogos encontraram uma costela de um mamífero do tamanho de uma vaca e o fémur de um antílope. Ambos tinham sinais que, como se descobriu posteriormente através de microscópios electrónicos e espectógrafos, eram da mesma época dos fósseis.

Shannon McPherron, arqueólogo
Shannon McPherron, arqueólogo
“Quando imaginamos a Lucy na paisagem este de África à procura de comida, agora podemos vê-la pela primeira vez com uma ferramenta de pedra na mão em busca de carne”
, afirmou McPherron.

Para Alemseged, “a descoberta adianta muito o momento até agora conhecido. Os nossos antepassados alteraram completamente as regras do jogo”.

O uso de utensílios de pedra modificou a forma como exploravam o território e o tipo de alimentos consumidos.

Pedras de outros lugares

No entanto, ainda não se sabe se eram capazes de fabricar os próprios instrumentos. O lugar onde foram encontrados é rico em sedimentos vulcânicos e não havia pedras com a qualidade necessária para fazer o tipo de cortes. Acredita-se as que tenham trazido de outros lugares a vários quilómetros de distância.

São vários os enigmas que se abrem com mais esta descoberta. Até ao momento a utilização de ferramentas de pedra com a finalidade de consumir carne de grandes animais considerava-se própria do género humano. Além disto, desde sempre esteve relacionado o consumo de carne com o aumento do tamanho do cérebro.

McPherron quer regressar à Etiópia para procurar o lugar onde os Australopitecos terão encontrado as tais pedras com o objectivo de comprovar se eram ou não capazes de as fabricar.

Possível propagação de bactéria multirresistente a antibióticos

Cientistas britânicos temem potencial problema de saúde pública global

Investigadores esgotaram quase todos os antibióticos
Investigadores esgotaram quase todos os antibióticos
Uma equipe de cientistas britânicos descobriu uma bactéria resistente à maioria dos antibióticos, comum na Índia, e alerta para o facto de corrermos o risco de que esta se espalhe rapidamente pelo mundo.

O gene multirresistente foi detectado em 37 pessoas, em hospitais do Reino Unido.

Estas tinham-se anteriormente deslocado à Índia e Paquistão para realizar uma intervenção cirúrgica. Os médicos relataram a descoberta num artigo publicado na última edição da revista «The Lancet Infectious Diseases».

O gene NDM-1 altera as bactérias e torna-as resistentes aos antibióticos mais conhecidos, podendo tornar-se num problema global de saúde pública. Os autores do artigo referem que “o NDM-1 tem um grande potencial para se tornar num problema global de saúde pública – criando infecções impossíveis de tratar – e, portanto, exige uma fiscalização coordenada internacional”.

Timothy R. Walsh, um dos autores da Universidade de Cardiff, avançou que, na tentativa de combater a infecção, esgotaram quase todos os antibióticos – sendo que apenas dois poderiam combater esta bactéria e um deles não é muito eficaz. “Não irão existir novos antibióticos disponíveis em dez anos e se permitirmos que estas infecções subsistam sem tratamento adequado, iremos presenciar provavelmente algumas mortes”, avisou. As enterobacteriaceae são bactérias que podem causar infecções do aparelho gastrointestinal e de outros órgãos do corpo e produzem uma enzima do tipo NDM-1.

Foi verificada principalmente na bactéria E. coli, a causa mais comum de infecção do trato urinário, e em estruturas de DNA facilmente reproduzíveis e transferíveis a outras bactérias. O gene resistente foi agora detectado na Austrália, Canadá, Holanda, Suécia e Estados Unidos – uma vez que muitos norte-americanos e europeus vão à Índia e ao Paquistão para se submeter a cirurgias plásticas e outros tratamentos electivos.

O NDM-1 é aparentemente comum na Índia, onde o sistema de saúde tem menos possibilidades para identificar sua presença ou possuir antibióticos adequados para o tratamento. Até ao momento, em Portugal, não existe registos de ter sido identificada qualquer bactéria com este mecanismo.

«Salmonella» pode ser aplicada para combater o cancro

Estudo publicado «Science Translational Medicine» revela que bactéria ajuda o sistema imunitário


Conhecida por provocar doenças, a
Conhecida por provocar doenças,
A bactéria salmonella pode ajudar a combater o câncer. Uma equipe de investigadores de Itália e Estados Unidos apresenta um estudo na «Science Translational Medicine» em que explicam como esta bactéria pode favorecer uma resposta do sistema imunitário que provoque a morte das células cancerosas.

Os cientistas injetaram a salmonella (numa versão enfraquecida incapaz de causar as conhecidas intoxicações) em ratinhos com câncer e em cultivos de células humanas com melanoma. Chegaram à conclusão de que esta ajudava o sistema imunitário a detectar as células cancerosas para eliminá-las.


Nas primeiras etapas do câncer, as defesas do organismo conseguem reconhecer as células cancerosas e destruí-las. No entanto, à medida que o câncer avança, as células malignas tornam-se invisíveis para o sistema imunitário.

Isto acontece porque existe uma falha no “sistema de comunicação imunológico” devido à redução dos níveis da proteína Connexin 43, responsável por estabelecer essa comunicação.

Os investigadores descobriram que injectando salmonella, a quantidade de Connexin 43 aumentava. Formaram-se, assim, novos canais de comunicação e as células imunes activaram-se e eliminaram as cancerosas.

Nas experiências, a técnica também protegeu os ratinhos da expansão do cancro a outras partes do corpo. Os investigadores dizem que estão prontos a fazer experiências em humanos, mas é necessário autorização. Acreditam que esta descoberta pode levar ao desenvolvimento de uma vacina.
Fonte: Ciência hoje PT

Morcegos-vampiros causam surto de raiva do Peru

O desmatamento na Amazônia e temperaturas baixas apontadas como causas dos ataques

Espécie de morcego é conhecida por sugar sangue
Espécie de morcego é conhecida por sugar sangue
O Ministério da Saúde do Peru enviou equipes
de emergência para as zonas amazônicas com o objetivo de conter um surto de raiva causado por morcegos-vampiros.
O Desmodus rotundus é uma espécie de morcego hematófaga, conhecida por atacar aves e também mamíferos de grande porte.
Os agentes de saúde peruanos estão a aplicar a vacina anti-rábica em 500 pessoas afetadas pelos animais, principalmente na comunidade de Urakusa, na fronteira com o Equador.

Quatro crianças da etnia awajún morreram em consequência dos ataques. A raiva uma inflamação aguda no cérebro e é letal se não for combatida a tempo. As três equipes de agentes sanitários estão a percorrer a zona em busca de pessoas que foram mordidas por morcegos nos últimos seis meses.
O Ministério da saúde diz que a maioria das vítimas mordidas já foi vacinada mas algumas recusaram tratamento.
Os especialistas relacionam a onda de ataques de morcegos-vampiros no Peru com o desmatamento de árvores na Amazônia.
As populações locais acreditam que os ataques estão relacionados com as temperaturas mais baixas do que o normal na Amazônia peruana registadas nos últimos anos.