sábado, 23 de janeiro de 2010

Mistério da estrela que desaparece a cada 27 anos em vias de resolução

Investigadores da «American Association of Variable Star Observers» de olho na Epsilon Aurigae

Imagem da estrela Epsilon Aurigae a partir de dados do telescópio Spitzer
Imagem da estrela Epsilon Aurigae a partir de dados do telescópio Spitzer
A cada 27 anos a estrela Epsilon Aurigae, visível a olho nu, perde grande parte do seu brilho e só volta a recuperá-lo passados dois anos. Este mistério astronómico, que é estudado desde o século XIX, pode estar em vias de ser resolvido. Há alguns meses, a estrela entrou no processo de “apagamento” e o telescópio espacial Spitzer está de olhos voltados para ela.
Os investigadores acreditam que a estrela, que se encontra a 2000 anos-luz da Terra, é eclipsada por um objecto muito pouco brilhante. Mas não se sabe qual a sua natureza.
Alguns aspectos do fenómeno – como a sua duração ou a presença de oscilações no brilho do sistema durante o eclipse – não se encaixam correctamente em nenhum dos modelos existentes.
Observações recentes feitas pelo Spitzer, em combinação com dados sobre a radiação emitida, deram lugar a teorias que seguramente vão desvendar este antigo mistério.
Epsilon Aurigae é visível a olho nu
Epsilon Aurigae é visível a olho nu
Uma das teorias sustenta que a Epsilon Aurigae é uma supergigante massiva que periodicamente é eclipsada por duas estrelas muito próximas entre si que se encontram dentro de um remoinho de pó.
A segunda sugere que a estrela é, na verdade, uma estrela na fase final da sua vida, com massa muito menor, e que é regularmente eclipsada por uma estrela que se encontra dentro de um disco de gás. Os dados do telescópio parecem corroborar esta segunda opção.
Em Agosto de 2009, os observadores da AAVSO (American Association of Variable Star Observers), órgão que coordena o estudo das estrelas variáveis, informaram que a estrela tinha começado a perder novamente o seu brilho. A primeira fase implica uma grande decaída do brilho, o que dura alguns meses. Esta fase terminou nas primeiras horas de 2010.
Os investigadores dizem ter cada vez mais provas de que um disco composto por material escuro se move à frente da estrela. A forma exacta e a composição do disco, desconhecida até agora serão definidas em breve.
Fonte: Ciência Hoje

0 comentários: