Pesquisadores descobrem que o som emitido pela fêmea do panda varia quando ela está em período fértil. A mudança sonora permite que os machos escolham o melhor momento para a aproximação.
Por: Sofia Moutinho
O panda gigante (‘Ailuropoda melanoleuca’) está em risco de extinção. Hoje existem apenas 1.590 espécimes em liberdade, na China (foto: Wikimedia Commons).
Você sabia que a voz de uma mulher se torna mais sedutora quando ela está em seu período fértil, ou seja, durante os dias de sua ovulação? O mesmo acontece com as fêmeas de outros mamíferos, mas até hoje nenhum estudo havia comprovado isto. Agora, cientistas americanos e chineses conseguiram identificar a variação no rugido das fêmeas de pandas gigantes (Ailuropoda melanoleuca) em período fértil e demonstraram que essa mudança também é percebida pelo macho da espécie.
“Os pandas escutam as fêmeas para descobrir qual é a melhor hora para a inseminação”, diz Ben Charlton, biólogo do Zoológico de Atlanta, EUA, e um dos autores do estudo publicado esta semana no periódico científico Proceedings of the Royal Society B. Segundo o pesquisador, o sucesso na reprodução da espécie depende da capacidade dos machos de detectar se um chamado é de uma fêmea fértil ou não.
A mudança na vocalização é fundamental para a perpetuação dessa espécie ameaçada de extinção
Os pandas são solitários durante a maior parte da vida, exceto na temporada de acasalamento. Nesse período a comunicação sonora é fundamental para que um indivíduo localize o outro e comece o processo de cortejo. As fêmeas de panda só ficam férteis durante dois ou três dias por ano. Por isso a mudança na vocalização é fundamental para a perpetuação da espécie ameaçada de extinção.
“Apesar de o olfato ser importante na comunicação social dos pandas, permitindo que os indivíduos se reconheçam, o som é crucial”, diz Charlton. “Os urros da fêmea de panda são vocalizações agudas produzidas quase exclusivamente durante o período fértil para chamar atenção do macho.”
Assista ao vídeo com o som de pandas gigantes em período fértil
Fonte: Ciência Hoje Online
0 comentários:
Postar um comentário