domingo, 21 de março de 2010

O que é que te passa pela cabeça?

Estamos em Março e vamos iniciar mais uma Semana do Cérebro. Enquanto o coração tem um mês inteiro a si dedicado, o que é inteiramente merecido, o cérebro tem apenas semana. É certo que as doenças cardiovasculares são a maior causa de morte no mundo ocidental. Mas todos sabemos que sem função cerebral não há vida. Assim, uma semana parece demasiado pouco, tanto mais que muitas vezes andamos distraídos, com o cérebro ocupado a pensar na crise, na chuva excessiva ou na face oculta. Talvez tenhamos o coração preenchido, talvez apertado... talvez o coração tenha razões que a própria razão desconhece... mas é o cérebro que nos faz o que somos.


Então e porquê a semana do cérebro? É uma máquina fantástica que controla todas as nossas funções, desde as mais básicas às mais complexas, como a consciência e as emoções. Em 1,5 kg, um emaranhado perfeito de 100 mil milhões de neurónios comunica freneticamente, disparando em várias direcções, enviando sinais e mensagens e processando uma quantidade imensa de informação. Numa altura em que, por causa do envelhecimento, assistimos a um aumento do número de casos de doenças que afectam o cérebro, como Alzheimer ou Parkinson, devemos alertar para estes problemas e para as soluções.

A Semana do Cérebro é uma campanha global que pretende chamar a atenção para os avanços e benefícios da investigação que é feita sobre o cérebro. Universidades, hospitais, grupos de doentes, escolas, associações e várias outras instituições por todo o mundo “celebram o cérebro”.

Em Portugal, a Sociedade Portuguesa de Neurociências, a Sociedade Portuguesa de Neurologia e a Ciência Viva são as grandes promotoras das várias actividades que serão desenvolvidas. Entre 14 e 20 de Março, os investigadores vão às escolas, os alunos visitam os institutos de investigação, e dá-se assim asas à imaginação.

No Instituto de Medicina Molecular, em Lisboa, a exemplo do que acontece um pouco por todo o país, os grupos de investigação em neurociências promovem um roteiro sobre algumas das áreas de investigação que desenvolvem – “O que é que te passa pela cabeça?” é o tema do roteiro que vai envolver várias experiências “hands on” com equipamentos sofisticados para ver neurónios em funcionamento, para ver modelos de doença de Parkinson em leveduras, ou para, simplesmente, deixar que o cérebro mostre a nossa veia artística.

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