Estudo de Douglas Theobald, da Brandeis University, confirma hipótese de Charles Darwin
Douglas Theobald, bioquímico da Brandeis University, Massachusetts |
A partir desse único organismo ancestral a vida diversificou-se nas múltiplas formas que hoje povoam a Terra. Para testar esta teoria, fez-se agora um estudo estatístico em grande escala, cujos resultados estão publicados na revista «Nature». O estudo confirma que Darwin estava certo.
Desde Darwin que muitos biólogos têm recolhido evidências desta teoria. No entanto, hoje, muitos cientistas questionam se as relações evolutivas entre os organismos se descrevem melhor com uma única «árvore genealógica» ou com uma rede de múltiplas árvores evolutivas conectadas entre si como uma espécie de teia de aranha. Desta forma, a vida poderia ter-se expandido de forma independente a partir de um número indeterminado de ancestrais e não apenas um.
O bioquímico Douglas Theobald, da Brandeis University, Massachusetts, autor principal do estudo, admite que a teoria do UCA permite dizer que a vida surgiu de forma independente em várias ocasiões. Mas se assim foi, ter-se-á se produzido uma espécie de gargalo na evolução, que permitiu a sobrevivência até ao presente dos descendentes de apenas um dos organismos independentes originais.
Árvore da vida proposta por Darwin em «A origem das Espécies» |
Através de rigorosas fórmulas estatísticas, o investigador estudou os vários modelos existentes. Os resultados inclinam-se para a hipótese do único antepassado comum. A UCA é 102 860 vezes mais provável do que a hipótese dos vários ancestrais.
No seu trabalho, o bioquímico seleccionou 23 proteínas comuns a todo o espectro taxonómico, mas cujas estruturas diferem de umas espécies para outras. As proteínas escolhidas são de 12 espécies diferentes, quatro por cada um dos três domínios (ou super-reinos) da vida: Bacteria, Archaea e Eukariota.
O investigador preparou simulações informáticas para avaliar as probabilidades dos diferentes cenários evolutivos para produzir esta série de proteínas. Os modelos com um único antepassado comum explicaram melhor os dados. Esse antepassado complexo devia parecer-se, acredita o autor, com espuma, habitando as margens do oceano ou as chaminés geotermais.
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