sexta-feira, 4 de junho de 2010

Estudo de comunidades microbianas é mais eficiente do que analise individual dos micro-organismos

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Micróbios marinhos são responsáveis 50 por cento da produtividade  primária do planeta Terra
Micróbios marinhos são responsáveis 50 por cento da produtividade primária do planeta Terra

Segundo um artigo publicado no Microbiology Today, estudar as comunidades microbianas como um todo em vez de analisar os micro-organismos individualmente pode ajudar os cientistas a responder a perguntas fundamentais, tais como a forma como os ecossistemas respondem às mudanças climáticas ou a poluição.

Para avaliar verdadeiramente os impactos ambientais em comunidades microbianas, todas as interações entre diferentes organismos de um ecossistema devem ser levados em consideração. De acordo com Jack Gilbert, do Plymouth Marine Laboratory e autor do estudo, tal não é possível se se avaliar a expressão individual de um micróbio, como acontece nas abordagens tradicionais, sendo necessário “olhar a expressão de uma comunidade inteira de uma só vez”.

Os micróbios marinhos são responsáveis por 99 por cento do ciclo de gases e nutrientes de todo o mundo e por 50 por cento da produtividade primária do planeta Terra. "Dado o papel vital dos micróbios do oceano na manutenção da vida, o impacto das alterações ambientais, como a acidez crescente do oceano sobre eles, é extremamente importante", explicou Jack Gilbert.

Assim sendo, o grupo liderado por Gilbert estudou como as populações de micróbios no Mar do Norte responderam ao aumento da acidez, fazendo borbulhar dióxido de carbono através da água do mar e fazendo um acompanhamento das mudanças na expressão genética de toda a população microbiana.Os investigadores verificaram um aumento global nos genes que ajudam as células a manterem um pH constante no seu interior, em condições de pressão. "Isso demonstrou claramente que o sistema foi sensível à mudança e foi capaz de responder", sublinhou Jack Gilbert.

Agora a equipa de investigadores pretende repetir a mesma experiência no oceano Árctico. "As comunidades microbianas são mais frágeis no Ártico e, comparando os resultados, podemos verificar se o impacto da acidificação do oceano realmente ameaça a função dessas comunidades”, explicou o investigador, acrescentando que "esse tipo de investigação vai ajudar-nos a descobrir como as nossas ações afetarão o funcionamento de um ecossistema”.

Fonte: Ciência Hoje PT

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