Testes realizados em animais com resultados positivos
Um estudo publicado na revista Cancer Letters revelou que as células estaminais mesenquimais do sangue do cordão umbilical conseguem inibir o crescimento de células tumorais metastáticas em tumores agressivos.Matriz extracelular das células estaminais inibe crescimento de tumores
De acordo com os autores, a matriz extracelular (proteínas e polissacarídeos secretadas) das células que são obtidas a partir do sangue do cordão umbilical induz nos tumores um aumento dos níveis de uma proteína com efeitos anti-tumorais. Simultaneamente, esta matriz promove a secreção de um outro factor que suprime uma via de sinalização celular muito importante na formação do cancro.
Nesta investigação, células tumorais de um cancro da mama foram expostas durante dois dias a células estaminais mesenquimais do sangue do cordão umbilical, tendo depois sido injectadas em fêmeas de ratos. Passados 43 dias, os volumes dos tumores no grupo tratado com células estaminais eram significativamente menores do que nos animais do grupo de controlo, tendo sido demonstrada a inibição do crescimento das células cancerígenas e da progressão do tumor.
Células tumorais e micro-ambiente
O cancro é uma doença complexa, na qual existe uma relação dinâmica entre as células tumorais e o micro-ambiente que as envolve. Nos tumores existem células estaminais cancerígenas que têm algumas características em comum com as normais.
Ambos os tipos de células estaminais são profundamente influenciados pelos respectivos micro-ambientes envolventes, o que dita o seu destino celular e comportamento. A compreensão do efeito inibitório do micro-ambiente das células estaminais mesenquimais pode vir a permitir o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas de combate ao cancro.
David Ferreira, responsável médico da Crioestaminal, afirma que “trata-se de um trabalho de investigação que vem clarificar a relação entre algumas substâncias da matriz extracelular, produzidas por células estaminais mesenquimais, com potencialidades inibitórias do crescimento tumoral, podendo assim contribuir na definição de novos alvos terapêuticos no tratamento do cancro.”
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