Objetivo dos pesquisadores é encontrar remédio que ative o gene
Uma pesquisa britânica revelou que um gene defeituoso pode ser a causa das dores de cabeça características da enxaqueca. Os cientistas envolvidos na pesquisa acreditam que a descoberta pode levar a novos tratamentos para a doença.
Segundo o estudo publicado na revista Nature Medicine, o mau funcionamento de um gene conhecido como Tresk faz com que fatores do ambiente ativem áreas do cérebro que controlam a dor, causando a enxaqueca.
A equipe responsável pela pesquisa, formada por especialistas de diferentes países, utilizou amostras de DNA de pessoas que sofrem da doença e de seus familiares.
Segundo o pesquisador da Universidade de Oxford Zameel Cader, que participou do estudo, o gene Tresk estava inativo nos pacientes, o que causava a enxaqueca. "O que nós queremos é encontrar um remédio que ative o gene", disse Cader à BBC.
"Estudos anteriores haviam identificado partes do nosso DNA que aumentam o risco na população em geral, mas eles não haviam encontrado genes que pudessem ser diretamente responsáveis pela enxaqueca", afirmou Cader.
"O que nós descobrimos é que a enxaqueca parece depender do quão estimuláveis são os neurônios em partes específicas do cérebro".
Estima-se que uma em cada cinco pessoas sofra de enxaqueca. Em vários casos, a dor de cabeça vem acompanhada de náusea e de sensibilidade à luz. Em outros, ela é precedida por um distúrbio sensorial conhecido como aura, identificado pela percepção de uma luz ou de um cheiro estranho.
"(A descoberta) abre avenidas para se planejar novas pesquisas que poderão, então, levar a novos tratamentos, mas certamente este será um longo caminho", diz o médico Aarno Palotie, do Wellcome Trust Sanger Institute.
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