Todos os anos 500 milhões de aves atravessam o Golfo do México durante a Primavera
Pelicano-pardo, um dos símbolos do Luisiana |
A mancha de petróleo causou até agora poucos danos nos pântanos que se espalham por 12 mil quilómetros quadrados a sul de Nova Orleães. No entanto, os especialistas advertem que os efeitos podem ser devastadores a partir da próxima semana.
Calcula-se que até 25 milhões de aves podem passar a cada dia no corredor migratório do Golfo do México nesta época do ano (500 milhões ao longo de toda a Primavera, segundo um estudo da Universidade Estatal do Luisiana).
Espécies como o pelicano-pardo ou a garça-vermelha estão gravemente ameaçados pelo impacto da maré que pode afectar até vinte reservas de vida selvagem. Há sete anos, um pequeno derrame que atingiu a ilha de Breton chegaram a morrer 800 pelicanos-pardos, a ave por excelência do Luisiana.
“A época de reprodução começa precisamente nestas datas e muitos casais estão a incubar novos ovos”, adverte Melanie Driscoll, da Iniciática Costeira do Luisiana. “Para os pássaros, este desastre não podia ocorrer em pior altura, muitos deles são de nidificação na área onde o petróleo pode acumular-se para chegar até à costa. Temos de estar preparados para o pior − enfrentamos uma autêntica catástrofe nas costas do Luisiana, Mississippi, Alabama e Florida”.
Mamíferos ameaçados
Golfinhos também estão ameaçados |
A mancha de crude poderia dizimar também os bancos de atum rabilo, afectar as populações de cachalotes e várias espécies de tartarugas marinhas que desovam nas praias do golfo por esta época. O Golfo do México é também o principal fornecedor de gambas, ostras e caranguejos azuis dos Estados Unidos.
Catástrofe sem precedentes
Ontem, Barack Obama afirmou que a maré negra, causada pela explosão de uma plataforma petrolífera a 20 de Abril, é “uma catástrofe ecológica que talvez não tenha precedentes”.
A mancha de óleo já começou a atingir a costa do Louisiana, durante o fim-de-semana e espera-se que atinja mais áreas, caso os ventos continuem para Sudeste.
Mancha de petróleo (Crédito: NASA) |
A BP terá de se responsabilizar pelo sucedido e assumir os custos – ainda por calcular – de limpeza da área.
A explosão e afundamento da plataforma provocaram uma enorme maré negra, devido ao derrame de mais de 800 mil litros de crude. A pesca já foi proibida e irá manter-se durante mais dez dias.
Fonte: Ciência Hoje.
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