quinta-feira, 15 de abril de 2010

Cientistas isolam molécula que afeta depressão e ansiedade

Localizada na região onde se formam neurônios
Uma equipe de investigadores descobriu uma molécula com impacto na formação dos neurônios e cuja ausência pode provocar estados de depressão e de ansiedade, anunciou, em 19 de abril de 2010, a Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), na Suíça, em comunicado.

A molécula, a MIF (Macrophage Migration Inhibitory Factor), tem um "impacto sobre o estado ansioso e/ou depressivo dos ratos, o que pode indicar uma mudança de comportamento", informou a instituição.

A equipa dirigida pela directora do Laboratório de Genética Comportamental do EPFL, Carmen Sandi, descobriu que a ausência da molécula inibe a produção de genes e "desencadeia um aumento de comportamentos ansiosos e depressivos".

Os cientistas descobriram que a MIF era encontrada em grandes quantidades nas células-tronco do hipocampo, uma região do cérebro importante para a formação da memória e um dos locais onde se geram novos neurónios.

Novos neurônios

Com base em estudos anteriores que comprovavam que a formação de novos neurônios era um fator importante para fazer reduzir a ansiedade, os cientistas tentaram manipular a presença da MIF no cérebro dos ratos, eliminando-a.

Carmen Sandi, investigadora principal
Carmen Sandi, investigadora principal
Constataram, então, que a ausência da molécula reduzia de forma significativa a produção de neurónios e aumentava, por consequência, a ansiedade.

A equipe ainda conseguiu provar que a ausência da MIF diminuía a capacidade dos antidepressivos de estimular a formação de neurônios.

Com esta descoberta, os cientistas da EPFL esperam agora desenvolver fármacos contra a depressão, que, segundo a Organização Mundial de Saúde, afeta 121 milhões de pessoas no mundo.

Perda gradual dos dentes pode levar a doença cardiovascular

Infecções bocais podem espalhar-se no sistema circulatório e criar inflamações crônicas.
Uma má saúde dentária pode aumentar o risco de ataques cardíacos, segundo um estudo sueco publicado hoje no «Journal of Periodontology». “As doenças cardiovasculares e em particular patologias coronárias estão fortemente ligadas ao número de dentes de uma determinada pessoa”, explicou Anders Holmlund, do Hospital de Gävle e um dos autores da investigação realizada em três instituições na Suécia.
Já vários estudos demonstraram que pode existir uma ligação entre a saúde bocal e doenças cardiovasculares, mas é a primeira vez que é estabelecida uma correlação directa entre o número de dentes e o risco cardíaco. Holmlund explica no trabalho que uma pessoa com menos de dez dentes tem sete vezes mais possibilidades de padecer deste problema do que outra com a mesma idade, mesmo sexo e com mais de 25 dentes.

A razão apresentada para tal é o facto de as infecções da boca e no contorno dos dentes poderem se espalhar no sistema circulatório e criar inflamações crónicas, ou acidentes cardiovasculares. Para a investigação, Holmlund e os seus colegas, Gunnar Holm e Lars Lind, seguiram 7.674 pessoas de ambos os sexos, a maior parte com problemas dentários, durante 12 anos e verificaram que, em pelo menos 299 pessoas, as causas de morte dos já falecidos foram principalmente devido a ataques cardíacos.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, os acidentes cardiovasculares provocam por ano a morte de 17 milhões de pessoas.
Fonte: Ciência Hoje PT