sábado, 24 de abril de 2010

Ocratoxina A

Micotoxinas são metabólitos de fungos com propriedades tóxicas que induzem vários efeitos tóxicos e cancerígenos quando alimento contaminado com estes componentes é ingerido. A ocorrência de micotoxinas em agricultura depende das condições sob as quais uma safra em particular cresceu, foi colhida ou armazenada. As micotoxinas são estáveis na maioria das condições de processamento de alimento e desta forma, persiste até o produto final. Sendo assim, é impossível eliminá-las do alimento contaminado.

A União Européia (UE) regulamentou os limites máximos permitidos para algumas micotoxinas como, Ocratoxina A (OTA), Aflatoxina B1 (AFB1), Aflatoxinas totais e Aflatoxina M1 (AFM1), em diferentes alimentos e tipos de sementes. Desta forma, produtos contaminados com altos níveis de micotoxinas não podem ser utilizados na produção e seus produtos não podem ser consumidos.

A ocratoxina é um metabólito de fungo produzido por várias espécies de Aspergillus ochraceus, Penicillium viridicatum e outras espécies de Penicillium. A Ocratoxina-A é a mais tóxica entre as ocratoxinas e são produzidas em alta escala. A Ocratoxina-A causa necrose do eptélio tubular renal e células periportais acompanhado de enterite. A Ocratoxina tem sido detectada em diversos produtos vegetais, como os cereais, o café verde em grão, o cacau, especiarias, frutos secos, amendoim em todo o mundo. Foi detectada em produtos à base de cereais, café, vinho, cerveja e sumo de uva, mas também em produtos de origem animal, como nos rins de porco. Recentemente, foi legalmente estabelecido na Europa os Limites Máximos (MLs) para Ocratoxina-A. dependendo do produto, os MLs variam de 3 a 10 µg/kg (ppb). No kit Ocratoxina-A EIA da Euro-Diagnostica é utilizado um antisoro que possui 100% de reatividade cruzada com ocratoxina-A e 9.3% com ocratoxina-B.O limite de detecção para Ocratoxina-A é de 0.5 µg/kg (ppb).

Os compostos podem ser classificados em três categorias, ocratoxinas A., B e C. A Ocratoxina A é a mais tóxica, e tem demonstrado ser uma potente nefrotoxina em muitas espécies animais. Em muitos animais, esta toxina dificulta a coagulação do sangue e diminui a defesa do organismo contra infecções. Pode ocorrer em diversos produtos como : milho, trigo, café etc.

Podem contaminas grãos e outros alimentos. A fórmula da ocratoxina A é C20H18CINO6. A tolerância permitida é de 50 ppb (em milho e rações).

Toxina do pão pode causar cancro

Pão contém toxina prejudicial à saúde

Investigadores portugueses avaliaram teor de Ocratoxina

Investigadores analisaram  517 amostras de pão
Investigadores analisaram 517 amostras de pão

Alguns tipos de pão diariamente consumidos pelos portugueses apresentam uma substância química tóxica - Ocratoxina A - produzida por fungos que pode revelar-se prejudicial para os rins e para o fígado, assim como potencia o aparecimento de cancros.
A investigação que permitiu estas conclusões foi conduzida por investigadores de várias entidades portuguesas que durante o Inverno de 2007 e o Verão de 2008 averiguaram a incidência desta toxina em seis regiões de Portugal continental: Bragança, Porto, Coimbra, Lisboa, Alentejo e Algarve.

Este trabalho de investigação, que está ainda em fase laboratorial, avaliou os teores desta substância no pão de trigo e broa em 517 amostras. Além disso, foi analisada a prevalência da Ocratoxina A na urina, num total de 364 amostras, uma vez que esta é a única forma de perceber se esta toxina é prejudicial à saúde humana. Foi verificado assim que a contaminação da urina com Ocratoxina é praticamente generalizada em todos os casos investigados.

O pão de milho, de centeio e integral são aqueles que apresentam teores mais elevados desta substância, ao contrário do que se sucede no pão de trigo. Os investigadores acreditam que a ingestão contínua da Ocratoxina A em baixos níveis pode acarretar eventuais riscos, embora, até então, a ingestão estimada pareça não constituir um problema para a saúde do consumidor.
De acordo com o estudo, os dados até agora obtidos são relevantes nomeadamente devido ao potencial nefrotóxico, hepatotóxico e carcinogénico desta substância. No entanto, são necessários estudos adicionais de vigilância para assegurar o bem-estar da Saúde Pública.
O estudo, de carácter nacional, envolve o Centro de Estudos Farmacêuticos da Universidade de Coimbra, em parceria com o REQUIMTE – Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), o Serviço de Bromatologia da Faculdade de Farmácia da Universidade Porto e o Instituto Politécnico de Bragança.

Nova descoberta em plantas mostra que microRNA consegue mover-se entre células

A  Shortroot e Scarecrow na raiz
A Shortroot e Scarecrow na raiz
Desde que pequenos pedaços de material genético, conhecidos como microRNAs (pequenos RNAs, com 20 a 22 nucleótidos, resultantes da clivagem de um RNA maior não codificante e que possui uma estrutura secundária), foram pela primeira vez caracterizados – no início dos anos 1990 –, os cientistas têm vindo a descobrir o quão importante são para regular a actividade dos genes nas células.

Um novo estudo, publicado na revista «Nature», mostra agora que os microRNA também se podem mover de uma célula para outra para enviar sinais que influenciam a expressão do gene.

Os investigadores do Duke Institute for Genome Sciences & Policy (IGSP), em parceria com as universidades de Helsínquia e Uppsala e do Boyce Thompson Institute for Plant Research, da Universidade de Cornell, fizeram a descoberta quando estudavam de forma detalhada o desenvolvimento da raiz da Arabidopsis – a planta da mostarda.
Embora ainda não saibam exactamente como é que o microRNA se desloca, parece que a mobilidade lhes permite desempenhar um papel importante para definir fronteiras entre tecidos de uma planta. Segundo Philip Benfey, director do Centro de Biologia dos Sistemas, do Duke IGSP, “esta é a primeira evidência que mostra que o microRNA tem a capacidade para se movimentar de uma célula para outra”.

A descoberta acrescenta o microRNA à lista de moléculas móveis, como as hormonas, proteínas e outras pequenas formas de RNA, que permitem comunicações essenciais entre as células e o processo de desenvolvimento de um órgão.

Estudo recaiu sobre desenvolvimento de raiz da  Arabidopsis
Estudo recaiu sobre desenvolvimento de raiz da Arabidopsis
Os investigadores também adicionam um novo elemento para a complexa relação entre duas proteínas das raízes da Arabidopsis, conhecidas como Scarecrow e Short-root, que a equipa de Benfey já tinha mencionado em trabalhos anteriores. Estas proteínas interagem e restringem-se uma à outra, permitindo a impermeabilização de camadas de células que, por seu lado, faz com que as plantas controlem com precisão a quantidade de água e nutrientes absorvidos.

As células comunicam

O recente estudo mostra agora que a Short-root se move a partir de células no interior da vasculatura da planta para a endoderme – camada celular da raiz vegetal primária que separa o córtex do cilindro central das plantas vasculares – que a rodeia, de forma a activar a Scarecrow. Juntos, esses dois factores de transcrição (genes que controlam outros genes) activam os microRNAs, conhecidos como MIR165a e 166b. E estes regressam para as células vasculares, de forma a conhecer e a degradar outro factor de transcrição (Phabulosa), bem como factores regulatórios.

Benfey e os seus colegas demonstraram como é que dois modos de regulação de genes trabalham em conjunto nos limites celulares, para garantir a padronização adequada dos tecidos da raiz da planta. E segundo Susan Haynes, do National Institute of General Medical Sciences, "este é um avanço importante sobre como as células comunicam informação posicional para orquestrar o complexo processo de desenvolvimento dos tecidos e órgãos".

De acordo com Benfey, “também existem razões para pensar que as interacções regulares específicas descobertas foram fundamentais para a transição evolutiva das algas unicelulares e plantas terrestres".

Estudo publicado na revista científica «Nature»

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Ligação biológica entre estresse, ansiedade e depressão é identificada pela primeira vez

NOVA YORK - Cientistas da Universidade de Ontario Ocidental, no Canadá, conseguiram identificar pela primeira vez a ligação biológica entre estresse, ansiedade e depressão. O grupo, liderado pelo pesquisador Stephen Ferguson, do Robarts Research Institute, mostra exatamente como a ansiedade e o estresse podem levar à depressão. A descoberta, publicada na edição online da "Nature Neuroscience", também mostra que um inibidor molecular criado por Ferguson poderia ajudar a criar formas mais eficazes de tratar estes tipos de distúrbios psicológicos.

Para chegar a esta conclusão, Ferguson e seus colegas fizeram uma série de experiências moleculares em ratos. Eles identificaram que o mecanismo que liga estes três distúrbios envolve a interação do receptor de fator de liberação de corticotropina 1 (CRFR1, ligado à ansiedade) com tipos específicos de receptores de serotonina (5-HTR, ligado à depressão). A ativação do CRF1 aumentaria a quantidade de 5-HTR disponível nas células cerebrais, aumentando o risco de transtornos ansiosos e depressivos simultaneamente.

A depressão costuma se manifestar junto com algum tipo de distúrbio de ansiedade, e seu aparecimento está fortemente ligado a experiências estressantes. Crises de estresse também podem piorar os sintomas de ansiedade e depressão. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão e os distúrbios de ansiedade estão entre as doenças crônicas mais prevalentes em todo o mundo.

Fonte: O Globo

Contribuição da aluna do 3º ano do ensino Médio: Juliana Cabral

terça-feira, 20 de abril de 2010

Planta da tequila pode ajudar a prevenir diabetes e osteoporose

Um grupo de cientistas mexicanos investiga, em ratos, o uso das fructosanas, polissacarídeos abundantes no agave - a planta que, após destilada, produz a tequila -, na prevenção de diabetes e osteoporose, afirmou nesta terça-feira um centro de pesquisas estatal.

"Os resultados sugerem que adotar uma dieta acrescida de fructosanas de agave evitaria a descalsificação e melhoraria significativamente a formação do tecido ósseo", prevenindo a osteoporose, disse Mercedes López, responsável pela pesquisa.

O consumo de fructosanas ajuda a aumentar o hormônio GLP-1 ou incretina, com o qual o corpo acelera a produção de insulina, cuja deficiência causa a diabetes, acrescentou a cientista.

López chefia a equipe que trabalha no departamento de biotecnologia de um centro de pesquisas do Instituto Politécnico Nacional (IPN) em Irapuato, estado de Guanajuato (oeste).

Segundo ela, nos testes feitos com ratos, cuja dieta foi enriquecida com 10% de fructosanas obtidas do agave, foi detectado em semanas aumento de GLP-1 e redução de peso.

Os cientistas esperam fazer uma segunda etapa experimental com roedores para determinar a possibilidade de iniciar um teste em humanos.

López afirmou que a frutose do agave não passa para a tequila porque se perde no processo de fermentação.

"Cola" de animais marinhos pode acabar com ponto cirúrgico


Foto: Getty Images

Os pesquisadores estudam adesivos que funcionam em condições úmidas, usando mexilhões e outras espécies

No laboratório do doutor Russell J. Stewart, na Universidade de Utah, há um tanque de água salgada contendo um estranho objeto: um bloco duro como pedra, do tamanho de uma bola de futebol e cheio de pequenos buracos.

Ele tem a aparência de algo do espaço sideral, mas sua origem é terrena, as águas intertidais da costa da Califórnia. O bloco é um tipo de lar, ocupado por uma colônia da espécie Phragmatopoma californica, também conhecida em inglês como "sandcastle worm" (verme do castelo de areia). Na verdade, é mais um condomínio residencial. Cada buraco é a entrada de um tubo separado, cada um construído sobre o outro por diferentes vermes.

A P. californica faz um excelente trabalho de construção em seu tubo, um abrigo do qual ela nunca sai, usando apenas grãos de areia e pequenos pedaços de concha. Mas o animal não passa tanto tempo cimentando a obra quanto um operário de construção. Ao invés disso, ele usa um órgão especializado em sua cabeça, que produz uma quantidade microscópica de cola, pronta para ser colocada na estrutura existente. Depois, outro grão é disposto sobre o local e o animal espera firmar.

O mais extraordinário - e a razão de esses animais estarem no laboratório de Stewart, longe de seu habitat nativo - é que tudo isso é feito debaixo d¿água. "Adesivos feitos pelo homem são muito impressionantes", disse Stewart, um professor associado de bioengenharia da universidade. "É possível colar aviões com eles. Mas esse animal cola coisas debaixo d¿água há centenas de milhões de anos, algo que ainda não conseguimos fazer."

Stewart é um dos vários pesquisadores ao redor do mundo desenvolvendo adesivos que funcionam em condições úmidas, usando vermes, mexilhões, cirrípedes e outras criaturas marinhas como seus guias. Embora existam muitas possíveis aplicações - a Marinha americana, por exemplo, tem um interesse natural na pesquisa e financia parte dela -, o maior objetivo é criar colas que possam ser utilizadas no ambiente úmido fundamental: o corpo humano.

É cedo demais para declarar que o trabalho dos pesquisadores é um sucesso, mas eles estão testando adesivos em ossos animais e outros tecidos, e estão otimistas de que suas abordagens irão funcionar. "Já teria passado a estudar outra coisa se não acreditasse nisso", disse o doutor Phillip B. Messersmith, professor da Universidade Northwestern que está desenvolvendo adesivos com base nas substâncias produzidas por mexilhões e testando se eles podem ser usados para reparar rupturas em sacos amnióticos e outras aplicações.

Embora colas de pele - a maioria da variedade cianocrilato, ou supercola - já existam no mercado, sua efetividade é limitada. Elas muitas vezes não podem ser usadas, por exemplo, em incisões em que a pele é repuxada ou esticada, ou devem ser usadas acompanhadas de suturas ou grampos. Adesivos fortes o bastante para colar a pele sob tensão, ou reparar um osso ou outros tecidos internos - sem convidar o ataque do sistema imunológico - ainda não foram obtidos pelos pesquisadores.

A natureza mostra que isso é possível, disse o doutor J. Herbert Waite, professor da Universidade da Califórnia, Santa Barbara, que fez a maior parte do trabalho inicial de identificar os adesivos que os mexilhões usavam para aderir a rochas e outras superfícies. Mas os pesquisadores deveriam ver a abordagem da natureza como um guia geral, afirma ele, e não como um caminho exato.

"Na minha opinião sobre pesquisas ou materiais de inspiração biológica, quase sempre acredito não ser seguro se apegar submissamente à substância química específica", Waite disse, "mas sim extrair os conceitos importantes que podem ser reproduzidos."

Assim, o objetivo desses pesquisadores não é duplicar os adesivos naturais que funcionam bem debaixo d'água, mas imitá-los e criar colas que sejam ainda mais adequadas a humanos. "Queremos pegar elementos de adesivos criados por químicos e combiná-los a elementos únicos que a natureza usa", Stewart disse.

Adesivos sintéticos podem não só funcionar melhor, mas também podem ser produzidos em grandes quantidades. Organismos marinhos fabricam suas colas em quantidades muito pequenas - a gotícula típica produzida pela P. californica, por exemplo, é da ordem de 100 picolitros. Mesmo se a substância pudesse ser coletada antes de secar, seriam necessárias 50 milhões de gotículas para preencher uma colher de chá.

"No fim das contas, a maior razão para a pesquisa é tentar conseguir uma quantidade maior da substância", disse o doutor Jonathan Wilker, professor associado de química inorgânica da Universidade Purdue, que trabalha em análogos dos adesivos dos mexilhões e estuda também ostras, cirrípedes e outros organismos.

Mas existem vários empecilhos para a produção de colas que funcionem debaixo d'água, Wilker disse. "Um deles é que sempre que a superfície é muito molhada, a cola adere à camada de água, e não à superfície em si. Por isso, ela desgruda."

Outra é que, para aderir, as colas precisam de um ambiente com pouca ou nenhuma água - elas precisam secar. A maioria das colas não adere debaixo d¿água, apenas aquelas que tendem a secar assim que são expelidas em meio à água. Além disso, diz Messersmith, como acontece com toda cola, "a aderência é algo complicado, mesmo quando parece muito simples."

"Existem processos acontecendo na interface entre adesivo e superfície, e existe a força do adesivo em si", disse. "Se temos um, mas não o outro, não conseguimos nada, porque em algum lugar, teremos um ponto fraco no sistema e ele se romperá."

A P. californica resolve seus problemas debaixo d¿água impecavelmente. As proteínas que são a base do adesivo contêm grupos de fosfato e amina, fragmentos moleculares conhecidos por promoverem a aderência. "Esses cadeias laterais são provavelmente o que faz a cola aderir à superfície de imediato", Stewart disse.

O animal produz a cola em duas partes do corpo, com diferentes proteínas e grupos laterais em cada. Produzidas em glândulas separadas, as substâncias se juntam apenas quando secretadas, como uma resina epóxi. Ao se misturarem, elas formam um composto que, embora seja à base d'água, não dissolve.

A cola adere inicialmente em cerca de 30 segundos, um processo provavelmente desencadeado pela mudança abrupta de acidez - ela é muito mais ácida do que a água do mar, diz Stewart. Ao longo das seis horas seguintes, o adesivo endurece completamente, à medida que ligações cruzadas se formam entre as proteínas. "Ela se transforma em um material com a consistência do couro de sapato", ele disse. "Ela continua flexível, mas é muito resistente."

Como outros pesquisadores, Stewart decidiu usar polímeros sintéticos como a estrutura de seu adesivo, e ignorou muitos outros aspectos da substância química produzida pela P. californica. "Quem falou que os aminoácidos específicos são importantes?", ele disse, citando um exemplo. "Eles são apenas algo com o qual o animal convive. ¿Por outro lado, se decidirmos simplesmente que talvez a parte de fato importante sejam as cadeias laterais, é muito simples copiar isso com um polímero sintético."

O adesivo de Stewart forma o que os químicos chamam de um complexo coacervado, um tipo de círculo molecular que barra a água. Portanto, ele é um líquido injetável e imiscível. "Perfeito para um adesivo subaquático protegido da água -, ele disse. Mas diferente da P. californica, ele pode modificar a substância química para fazê-la secar com mais ou menos rapidez, dependendo da aplicação.

Stewart diz que a cola parece ser poderosa o bastante para consertar fraturas em ossos crâniofaciais, uma aplicação que ele está estudando em ratos. Ele também acredita que ela possa ser útil para reparar incisões na córnea e para consertar outras fraturas ósseas com mais precisão, ancorando pequenos pedaços que não podem ser segurados com pinos ou parafusos. "Mas não temos nenhuma fantasia sobre colar fêmures", ele disse.

Stewart trabalha com a P. californica desde 2004 e recentemente começou a estudar outro grupo de criaturas que constroem tubos, as larvas da mosca d¿água. Praticantes da pesca com mosca conhecem esses organismos, que habitam o leito de riachos de água doce durante a incubação das moscas.

As larvas constroem os tubos da mesma forma que a P. californica, mas com uma cola muito diferente - fios de seda que aderem aos grãos de areia, unindo-os. Em algum estágio evolucionário, dezenas de milhões de anos atrás, as moscas tinham parentesco com o bicho da seda, por isso, o fato de produzirem seda não é surpresa. "Com a diferença de que é uma seda grudenta e subaquática", Stewart disse.

Ele está começando a estudar as características da seda e entender como as moscas a produzem, mas o objetivo futuro é o mesmo da P. californica. "Queremos tentar reproduzir isso algum dia em breve, e produzir fibras subaquáticas", ele disse. "Polímeros subaquáticos protegidos da água que podem ter alguma aplicação médica."

Uma grande preocupação com qualquer cola sintética, a despeito de sua similaridade com a substância de um ser vivo, é a biocompatibilidade. "Podemos conseguir resolver os problemas de aderência", Messersmith disse, "mas então nos deparamos com os problemas biológicos."

Existem supercolas médicas com uma aderência poderosa, ele disse, "mas esses materiais são altamente imunogênicos." Stewart disse que até agora constatou pouca inflamação nos estudos com ratos, e pouca ou nenhuma evidência de toxidade ou inibição da cicatrização óssea.

Mas ele observou que, como o objetivo seria obter uma cola que acabasse se decompondo, certa reação do corpo seria necessária.

Com a cola de osso, por exemplo, "é desejável que ela se decomponha mais ou menos no mesmo ritmo que o osso cicatriza", ele disse. Por isso, em versões degradáveis de colas de polímeros sintéticos, Stewart na verdade acrescenta de volta algumas proteínas que podem ser atacadas ou quebradas por células especializadas. "Não seria desejável ficar com essa cola plástica nos ossos pelo resto da vida", ele disse.

Tradução: Amy Traduções

Fonte: Terra

Cientistas brasileiros produzem antibiótico com ouriço-do-mar

Um grupo de pesquisadores do Centro de Ciências Genômicas e Biotecnologia da Universidade Católica de Brasília (UCB) descobriu que uma proteína presente no ouriço-do-mar pode ser base para desenvolver um antibiótico que combata infecções hospitalares. As informações são do site do Sistema Integrado de informação em Saúde do Rio Grande do Sul.

Os estudos, que ainda estão em andamento, já demonstraram que a proteína é capaz de eliminar com maior eficiência variedades das bactérias Escherichia coli, Salmonella, Proteus e Klebsiella, que causam infecções intestinais, renais e pulmonares.

Os pesquisadores, que desenvolvem dois projetos que buscam o controle de doenças por meio de compostos extraídos de animais marinhos, afirmam que de todas as 30 espécies de invertebrados analisadas, o ouriço-do-mar foi a que se mostrou mais eficiente. Segundo eles, o que despertou o interesse do grupo por animais marinhos foi a grande capacidade de adaptação destes a ambientes extremamente agressivos e competitivos, cheios de microorganismos.

Para o grupo, a descoberta traz grandes vantagens por ser natural e derivada de um organismo encontrado facilmente no País.

Contra a resistência
O desenvolvimento de novos princípios ativos para antibióticos é fundamental para criação de medicamentos alternativos já que o uso prolongado dos antibióticos convencionais pode gerar resistência em bactérias causadoras de infecções.

Os hospitais são "caldo de cultivo" dessas bactérias potencialmente mais resistentes, pois o uso de medicamentos no combate a infecções gera variedades cada vez mais perigosas e difíceis de eliminar.

Gene ligado à obesidade pode fazer o cérebro encolher


Uma variante do gene que nos ajuda a ganhar peso pode fazer com o que o cérebro encolha. De acordo com um estudo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, pessoas idosas e obesas com essa variante são mais propensas a demências e seus cérebros tendem a ser menores do que os daquelas com menor peso. As informações são da New Scientist.
Essa reação em pessoas que sofrem de obesidade era atribuída a um fluxo menor de sangue para o cérebro, devido a artérias entupidas, o que leva a morte de neurônios. Contudo, os cientistas americanos afirmam ter identificado um variante do gene ligado à obesidade e que pode prejudicar diretamente o cérebro.
Segundo a pesquisa, metade dos europeus e dos moradores do oeste da áfrica tem a variante do gene chamada de FTO que aumenta em duas vezes o risco de obesidade. Essa variante ainda afeta o metabolismo e o armazenamento de gordura no corpo.
A pesquisa
Os cientistas examinaram o cérebro de 206 pessoas saudáveis entre os 70 e 80 anos. Aqueles que tinham pelo menos uma cópia da FTO tinham um cérebro com 8% a menos de volume nos lobos frontais e 12% a menos nos lobos occipitais se comparados com outras pessoas na mesma idade e que não possuem a variante do gene.
Segundo os pesquisadores, os cérebros daqueles que possuem a FTO parecem 16 anos mais velhos. Ainda de acordo com os cientistas, a diminuição, contudo, não causou problemas cognitivos nos participantes, mas essas áreas são importantes para a solução de problemas e para a percepção e seu atrofiamento pode aumentar o risco de demência e problemas de memória.
Fonte: Terra

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Nutrientes para reduzir a barriga inchada

Kiwi é  fonte de fibra e tem poder antioxidante
Kiwi é fonte de fibra e tem poder antioxidante
Stresse, alimentação desregulada e falta de exercício físico são principais causas de mal-estar
O funcionamento dos intestinos varia de pessoa para pessoa, mas são as mulheres que mais sofrem com a sensação de barriga inchada, dores e mal-estar intestinal. Na maior parte das vezes, a prisão de ventre está associada a um desequilíbrio alimentar. A Associação Portuguesa de Nutricionistas recomenda a evitar laxantes e a substitui-los por frutas que têm essa capacidade natural, como a ameixa e o kiwi.
Inúmeros estudos reforçam as vantagens destes alimentos, aliados naturais e eficientes para o organismo. O segredo está na combinação de nutrientes (hidratos de carbono, vitaminas, minerais, antioxidantes e, o mais importante, as fibras). A fibra é um nutriente que existe naturalmente em todas frutas, mas a ameixa e o kiwi são os mais eficazes (ambos com 1,9 gramas por 100 gramas).
A prisão de ventre é um desconforto que tem, na maior parte das vezes, a sua génese no stresse, na alimentação desregulada e na falta de exercício físico. A melhor forma de reduzir o mal-estar passa pela combinação adequada de exercício físico e uma dieta rica em alimentos com fibras. Os legumes e a fruta são novamente os aliados naturais e eficazes, por combinarem diversos nutrientes: hidratos de carbono, vitaminas, minerais, antioxidantes e, o mais importante, as fibras.
Mas para que estes alimentos possam desempenhar o seu papel, devem consumir-se pelo menos cinco peças de fruta por dia. Em casa, no local de trabalho, num jardim ou a caminho do ginásio, é fácil de transportar e a maior parte da fruta pode ser comida em qualquer local. Existem também os sumos naturais, que facilitam a ingestão e respeitam igualmente as indicações nutricionais.
Este alimento não só é importante em todas as refeições para melhorar o funcionamento dos intestinos, mas, ao mesmo tempo, reforça o sistema imunitário e evita que a ingestão de alimentos calóricos.

Ameixa tem alto poder laxativo
Ameixa tem alto poder laxativo
Dados de estudos


A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda um consumo diário de 25 gramas de fibras. Para isso, dever-se-á consumir 400 gramas de fruta e legumes por dia e cereais integrais. Ainda, um estudo de 2007, publicado na revista Nutrition Research, esclarece que a ingestão regular de ameixa em sumo tem um efeito laxante suave no alívio dos sintomas gastrointestinais.

Ao fim de três semanas, e de dois copos de sumo por dia, o grupo de 54 voluntários (13 homens e 41 mulheres) relatou menos problemas em evacuar durante o período da análise. Uma evidência científica que vem reforçar que o consumo da ameixa (em sumo, ao natural, ou em dose de fruta bebível) actua enquanto estimulante natural dos intestinos.
Outro fruto bem conhecido de quem tem problemas de prisão de ventre é o kiwi. O seu consumo regular, como refere um outro estudo, publicado em 2002, «Journal Clinical Nutrition», Ásia Pacific, reforça que o consumo diário deste fruto também actua enquanto laxante natural, garantindo um trânsito intestinal regular. O bom funcionamento dos intestinos é fundamental para garantir a eliminação dos resíduos produzidos, bem como a absorção eficaz dos nutrientes ingeridos nas refeições e estimula os músculos abdominais.

Dieta rica em frutos secos, peixe e legumes pode prevenir Alzheimer

Frutos secos integram a dieta que pode prevenir o  Alzheimer
Frutos secos integram a dieta que pode prevenir o Alzheimer
Embora não tenha cura, a doença de Alzheimer pode ser prevenida através de uma alimentação rica em frutos secos, peixe e legumes, revela um estudo publicado na revista científica Archives of Neurology.

O investigador Yian Gu, juntamente com colegas da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, analisou detalhadamente, ao longo de quatro anos, as dietas alimentares de 2148 nova-iorquinos reformados, tendo verificado que aqueles que mantinham uma dieta padrão com estes alimentos e evitavam os lacticínios gordurosos e a carne vermelha apresentavam menos hipóteses de sofrer de Alzheimer.

Os investigadores acreditam que o “segredo” está nos diferentes níveis de nutrientes oferecidos por essa combinação de alimentos, pois dietas ricas em ácidos gordos como o ómega 3, vitamina E ou folatos, mas pobres em gorduras saturadas, tendem a ser melhores para o ser humano.
Já estudos anteriores demonstraram também que a vitamina E tem efeitos oxidantes e prolonga a vida de portadores de Alzheimer, assim como os folatos reduzem os níveis do aminoácido homocisteína (associada ao Alzheimer) na circulação sanguínea.

Rebecca  Wood
Rebecca Wood
Por outro lado, também já foi provado que as gorduras saturadas podem aumentar os riscos de demência na medida em que promovem a formação de coágulos no sangue, referem os investigadores.
Rebecca Wood, directora do Alzheimer's Research Trust, acredita que perceber a conexão entre a dieta alimentar e os riscos de demência pode ajudar a prevenir doenças como Alzheimer em algumas pessoas, pelo que é importante adoptar o estilo de vida à medida que se envelhece, ainda que isto não seja suficiente para eliminar por completo os riscos de se vir a sofrer desta doença neurodegenerativa.

Descoberto tapete microbiano do tamanho da Grécia

Censo da Vida Marinha garante que 50 a 90 por cento da biomassa dos oceanos são micróbios
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Os investigadores do Censo da Vida Marinha dão um grande impulso no estudo dos habitantes mais pequenos do oceano.

O reino do deus Neptuno é cada vez mais conhecido. Um grupo de mais de dois mil cientistas de 80 países acaba de terminar o maior inventário das espécies mais pequenas do oceano.Numa das maiores colaborações científicas mundiais, elaborou-se um censo histórico de micróbios, zooplâncton, larvas e seres microscópicos fundamentais para a alimentação e para o sistema respiratório da Terra.
Como exemplo, numa região oceânica da costa oeste da América do Sul encontrou-se um tapete microbiano do tamanho da Grécia.
Esta investigação será apresentada num simpósio internacional, em Outubro em Londres, e é o centro de quatro dos 14 projectos do Censo da Vida Marinha (COML).
A identificação destas espécies é muito complicada. Além da dificuldade em encontrá-las e classificá-las por grupos é também complexo saber em que quantidades existem. Estes dados são fundamentais para entender o tamanho, a dinâmica e a estabilidade da cadeia de alimentação da Terra, o ciclo de carbono e outros dados a nível do planeta.
A investigação, gravação e registo da vida matinha tem sido realizada nos últimos dez anos.

Biodiversidade marinha


Os micróbios marinhos são os mais pequenos e essenciais para o funcionamento do planeta e constituem de 50 a 90 por cento de toda a biomassa do oceano.

Mitch Sogin, responsável ICoMM
Mitch Sogin, responsável ICoMM
A tecnologia deste milénio (especialmente a sequenciação do DNA) permitiu revelar este surpreendente mundo microscópio, até ao momento desconhecido pelo ser humano.

“A magnitude da descoberta no mundo dos micróbios é extraordinária”, afirmou Mitch Sogin, responsável pelo Censo Internacional de Micróbios Marinhos (ICoMM) e investigador do Laboratório de Biologia Marinha em Woods Hole, em Massachusetts, nos Estados Unidos.

“Os cientistas estão a descobrir e a descrever um mundo assombroso de biodiversidade e abundância microbiana marinha, os seus padrões de distribuição e alterações estacionais”, afirmou Sogin.

A rara biosfera


Depois de extrair amostras do oceano de mais de 1 200 lugares em todo o mundo, os investigadores de COML incluíram numa base de dados 18 milhões de sequências de DNA da vida microbiana, que se ramificaram em mais de 100 grandes filos (tipo de organização taxonómica, onde se agrupam os organismos dentro do reino e classe dos seres vivos).
No mar podem existir mil milhões de espécies de  micróbios
No mar podem existir mil milhões de espécies de micróbios
As revelações sobre o mundo microbiano na última década levaram os investigadores a rever drasticamente as suas estimativas acerca da diversidade − pode ser que existam cem vezes mais géneros microbianos do que se pensava anteriormente.
Durante um estudo de 2007, sequenciaram-se os genes de mais de 180 mil espécies do lado britânico do Canal da Mancha. No entanto este nível amostragem “está longe de esgotar a diversidade actual”, explicaram os investigadores que garantiam que de uma em cada 25 leituras resultava um novo género de bactérias.
Os cientistas também se surpreenderam e denominaram esta descoberta como “a rara biosfera” de micróbios.

Bactérias aos milhões

John Baross da Universidade de Washington, que preside ao conselho científico do ICoMM, explica que com os métodos tradicionais os especialistas isolaram e caracterizaram apenas 20 mil micróbios marinhos.

Sequênciação permite catalogar dados
Sequênciação permite catalogar dados
Os investigadores do censo sugerem que, dentro de uns limites de tamanho determinado, mais de 20 milhões de tipos de bactérias vivem no oceano. No entanto, Baross alerta: “O número total de espécies de micróbios marinhos, incluindo tanto as bactérias como as arqueias (microrganismos unicelulares), baseado na caracterização molecular, aproxima-se dos mil milhões”.

O investigador de Washington prossegue: “O ICoMM estudou relativamente pouco os ambientes microbianos dos oceanos, e há bactérias associadas com cada um das centenas de milhares de grandes animais marinhos, os quais têm uma flora microbiana no intestino e na sua superfície exterior que evoluem conjuntamente com os animais. As centenas de milhões de espécies microbianas são consequência da fauna marinha, isto é uma enorme fronteira de investigação na próxima década. Por exemplo, um estudo de esponjas da Grande Barreira de Coral da Austrália descobriu uma que era anfitriã de quase três mil unidades operativas taxonómicas das bactérias". Endereço web
John A.  Baross, investigador
John A. Baross, investigador
“A monitorização e visualização de tais populações complexas eram impossíveis há dez anos”
, afirmou Baross. “A sequenciação permite-nos dar o equivalente a uma direção URL da Internet a milhões de micróbios, na qual podemos unir todo o tipo de informação, como a sua temperatura ideal e a quantidade de sal e luz”. A variedade de vírus marinhos pode rivalizar com a dos micróbios. “O primeiro censo dos vírus marinhos deveria ser um objectivo da próxima década”, afirma Baross.

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