sábado, 20 de março de 2010

As coisas simples- Joe Cocker

Biologia e música. Reflita sobre as coisas simples da vida assistindo ao vídeo de Joe Cocker!



Em algum lugar no caminho
Eu preciso alcançar com a corrida
Eu continuo a rodar e a girar
Eu me perdi, minha esperança, minha fé,
Sempre esperamos por mais do que já temos
E o que já aprendemos, e o que eu mesmo preciso é...
As coisas simples
Que vem sem preço
As coisas simples
Como felicidade, alegria e amor na minha vida
Eu já vi tudo em todos os diferentes ângulos
E eu espero que você concorde
As melhores coisas na vida
São as simples coisas
Ei todo mundo, não me ondene
Vocês precisão entender
Ambição e conhecimento
São as sementes de cada mulher e homem
É bom trabalhar....trabalhar duro e prosperar
Desde que você ache um tempo para achar....
As simples coisas
Que vem sem preço
As simples coisas
Como felicidade, alegria e amor na minha vida
Eu já vi tudo em todos os diferentes lados
E eu espero que você concorde
As melhores coisas na vida
São as simples coisas
O mundo se move tão depressa
As vezes se precisa acalmar, calma, calma, calma
Para entender o porque de tudo

Solo

Sempre esperamos por mais do que já temos
E o que já aprendemos, e o que eu mesmo preciso é...
As simples coisas
Que vem sem preço
As simples coisas
Como felicidade, alegria e amor na minha vida
Eu já vi tudo em todos os diferentes lados
E eu espero que você concorde
As melhores coisas na vida
São as simples coisas

sexta-feira, 19 de março de 2010

Encontrados animais vivos a 180 metros debaixo do gelo

Cientistas não compreendem como estes animais – um anfípoda e uma espécie de medusa – conseguem sobreviver



Cientistas da NASA descobriram seres vivos a mais de 180 metros abaixo do gelo. Onde se pensava que apenas podiam viver alguns micróbios estavam, afinal, animais capazes de resistir a condições extremas: um anfípoda Lyssianasid, pequeno crustáceo marinho, parecido com um camarão, de oito centímetros de comprimento e cor de laranja e uma estranha espécie de medusa.

O achado que deixou os investigadores incrédulos aconteceu quando estes filmavam o interior de um bloco de gelo. De repente, uma pequena criatura aproximou-se e colocou-se sobre a câmara. Logo depois, os cientistas observaram um tentáculo que parecia o de uma medusa.


Robert Bindschadler, investigador da NASA, explica que não esperavam encontrar nada no bloco. O vídeo da descoberta será apresentado durante o encontro da União Geofísica Americana.

Esta descoberta levanta uma série de questões às quais os cientistas ainda não sabem responder. Como por exemplo, o que se encontra debaixo do gelo de planetas ou satélites.

A bióloga Stacy Kim, que colabora com a equipa da NASA, afirmou mesmo à comunicação social que não têm ideia do que se está a passar ali. Ela acredita que as criaturas encontradas habitavam mesmo aquele sítio, visto que estão a 19 quilómetros do mar aberto.

No entanto não se percebe como organismos tão complexos conseguem alimentar-se naquele lugar.

Bactérias das mãos desvendam identidade de cada indivíduo

Técnica pode ser útil para a ciência forense


Vivem nas nossas mãos centenas de espécies de bactérias
Vivem nas nossas mãos centenas de espécies de bactérias
As bactérias são uma espécie de sinal capaz de desvendar a identidade de uma pessoa graças ao seu rastro, segundo um estudo de biólogos e bioquímicos norte-americanos






Bactérias persistentes

Rastro de bactérias nos objectos pode identificar  pessoas
Rastro de bactérias nos objectos pode identificar pessoas
Numa outra experiência, os investigadores recolheram amostras de pele de dois indivíduos, congelaram uma delas a menos de 20 graus centígrados e deixaram a outra à temperatura ambiente durante duas semanas.


“Cada um de nós deixa um rastro único de bactérias enquanto realizamos as nossas tarefas diárias”, afirmou Noah Fierer, autor principal do estudo da Universidade de Colorado-Boulde.


Segundo o biólogo, enquanto a técnica está na sua fase preliminar, “eventualmente pode converter-se num valioso elemento na caixa de ferramentas dos cientistas forenses”.

Já se conhecia a grande diversidade de micróbios que vivem nas mãos dos seres humanos − na pele vivem centenas de espécies − “a novidade principal foi demonstrar que essas diferenças poderiam utilizar-se para identificar os objectos tocados pelas pessoas graças aos micróbios que deixavam”, explicou outro dos autores do estudo, Rob Knight.

Segundo Fierer, a nova técnica, baseada na sequenciação genética, tem uma precisão de 70 a 90 por cento, uma percentagem que provavelmente aumentará quando se conseguir aperfeiçoar o método.

A equipa de investigadores recolheu amostras de ADN bacteriano das teclas de três computadores pessoais e misturou-as com as bactérias das mãos dos seus proprietários, para posteriormente compará-las com recolhas de outros teclados que nunca tinham sido tocados pelos sujeitos iniciais.

A similitude foi muito maior entre as bactérias dos indivíduos e das dos seus computadores. Esta prova também funcionou 12 horas após os computares terem sido tocados pela última vez.


Com isto provaram que as colónias de bactérias não sofreram alterações em nenhum dos casos, o que demonstra o valor dos micróbios para a medicina forense.

Esta técnica pode ainda ser importante para a medicina legal quando é difícil obter DNA humano ou não existirem rastros de sangue, tecido, sémen ou saliva num objecto.

Segundo Fierer, “devido à abundância das células bacterianas na superfície da pele poderia ser mais fácil recolher DNA bacteriano do que DNA humano das superfícies tocadas”.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Genética


Quer saber como esses pesquisadores chegaram a esses estudos que estão revolucionando a medicina através da genética?
Acesse o link Genética e conheça um pouco dessa ciência criada pelo abade e estudioso Mendel. Divirtam-se!!!

Mosquito geneticamente modificado pode reduzir a propagação da dengue

O mosquito
O mosquito "Aedes aegypti" é o responsável pela transmissão da dengue
Investigadores das universidades de Oxford e da Califórnia desenvolveram uma nova variedade de mosquitos geneticamente modificada capaz de reduzir a transmissão do vírus da dengue.

De acordo com o estudo publicado na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences", nesta nova variedade de mosquito, as fêmeas não conseguem voar devido à interrupção do desenvolvimento dos músculos das asas. Esta medida poderá evitar a propagação da doença, na medida em que tendo dificuldade em sair da água, as fêmeas não conseguem reproduzir e alimentar-se de sangue.

Já os machos não apresentam qualquer alteração a nível genético, mas ao acasalarem com as fêmeas geneticamente modificadas, os mosquitos fêmea da geração seguinte nascem sem poder voar.

Embora esta experiência só tenha sido realizada em laboratório, os investigadores ambicionam que esta nova variante de insecto possa ser libertada na natureza em 2011, o que representaria o desaparecimento dos mosquitos nativos num espaço de seis a nove meses.

A dengue, que é transmitida pela picada da fêmea do mosquito "Aedes aegypti", afecta anualmente entre 50 e 100 milhões de pessoas. Embora já haja estudos sobre a sua cura e prevenção, o uso generalizado de uma vacina contra este vírus ainda poderá levar muitos anos, pelo que os investigadores acreditam que o controlo dos mosquitos será a única forma de abrandar esta doença.
Anthony  James
Anthony James
"Se reduzirmos o número de mosquitos, poderemos reduzir a transmissão da dengue e com isso a mortalidade de pessoas",
refere Anthony James, professor de microbiologia e genética molecular na Universidade da Califórnia.

Esta proposta representa ainda uma alternativa segura e eficiente para combater a dengue sem se recorrer a insecticidas, que libertam sempre resíduos tóxicos. Além disso, de acordo com os investigadores, todos os habitantes das áreas tratadas beneficiariam desta medida, pelo que a sua aplicação noutras espécies de mosquitos transmissores de doenças como a malária ou a febre do Nilo Ocidental também seria plausível.

Investigadores relacionam visão das borboletas com a cor das suas asas

Pigmentos das asas das borboletas facilitam-lhes a  selecção do parceiro
Pigmentos das asas das borboletas facilitam-lhes a selecção do parceiro


Os especialistas em borboletas suspeitaram ao longo de 150 anos que a visão destes animais desempenha um papel fundamental para explicar a diversidade de cores das suas asas. Agora, pela primeira vez, uma investigação conduzida por biólogos da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, comprova que estas suspeitas têm fundamento em pelo menos nove tipos de borboletas da espécie Heliconius.

De acordo com o estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, as borboletas que têm um gene duplicado que lhes permite ver as cores ultravioleta também têm um pigmento amarelo ultravioleta nas suas asas.



Este pigmento é importante para a sua sobrevivência, uma vez que lhes facilita a selecção do parceiro adequado - que escolhem pela diversidade de cores - , o que lhes permite ter mais tempo para a reprodução e alimentação.

O gene para a visão ultravioleta e pigmentação amarelada foi desenvolvido pelas borboletas entre 12 e 25 milhões de anos atrás. Das 14 mil espécies de borboletas existentes no mundo, somente os exemplares da Heliconius das florestas mexicanas, da América Central e América do Sul, são conhecidos por este gene duplicado.

“Agora temos fortes razões para acreditar que vamos encontrar outros exemplos em que a visão e as asas estão correlacionadas”, declarou Adriana Briscoe. Os diversos padrões das asas de borboletas Heliconius têm gerado grande interesse científico nos últimos anos, pelo que a Universidade da Califórnia também está a realizar um projecto de sequenciação do genoma desta espécie.


Genes do intestino sequenciados

Estudo abre novas perspectivas para as áreas da saúde e da nutrição



Stanislav Dusko Ehrlich, coordenador do consórcio MetaHIT
Stanislav Dusko Ehrlich, coordenador do consórcio MetaHIT
A decifração e catalogação de 85 por cento dos genes de bactérias presentes no intestino humano faz a capa da mais recente edição da revista «Nature».

O estudo de âmbito internacional, coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisa Agronómica francês (INRA) e pelo consórcio MetaHIT (Metagenomics of the Human Intestinal Tract), revela que, ao contrário do que se pensava, o ser humano compartilha uma flora intestinal semelhante.


O objectivo primordial do estudo foi compreender o impacto dos micróbios na saúde e no bem-estar humano. Para isso foi necessário aceder ao seu potencial genético, escrevem os investigadores.

No estudo é assim descrita a sequência do metagenoma, ou seja, quase a totalidade dos genes de bactérias existentes em nosso tubo digestivo. Com a caracterização dos 3,3 milhões de genes abrem-se perspectivas nas áreas da nutrição e da saúde humana.

Stanislav Dusko Ehrlich, coordenador do consórcio MetaHIT, acredita que os investigadores vão poder agora estudar as modificações e desequilíbrios da flora digestiva segundo o estado de saúde, a alimentação ou a medicação.

Os cientistas avançam que no futuro haverá possibilidade de modificar a flora intestinal para promover melhorias na saúde. A prevenção através da alimentação e o desenvolvimento de tratamentos mais individualizados são outras perspectivas que o estudo abre.

Investigadores identificaram dois genes da papoula do ópio

Investigadores temem fins ilícito
Investigadores temem fins ilícito
Uma equipa de investigadores canadianos identificou dois genes nas papoilas do ópio, geralmente usado para fazer morfina e codeína – fármacos de grande importância.

A descoberta abre portas para vias alternativas de fabrico de medicamentos que não envolvam a necessidade de dispor de grandes áreas de cultivo de flores.

Uma das possibilidades que propicia esta investigação é a transferência de genes em micróbios, que possam ser criados em tanques e que produzam grandes quantidades de fármacos a custo reduzido, comparativamente ao cultivo. No entanto, este resultado poderia ser utilizado de forma negativa, ou seja, em vez de morfina, o químico dos opiáceos poderia ser transformado em heroína e exportado do Afeganistão e outros países para fins ilícitos.

As companhias farmacêuticas extraem a droga processando as sementes das vagens despojadas das flores e produzindo, assim, um rendimento anual de codeína e morfina de cem toneladas. Alguns 27 milhões comprimidos que contêm codeína são vendidos ao balcão a cada ano, no mercado dos analgésicos.

A equipa de Peter Facchini, da Universidade de Calgary, no Canada, identificou os dois genes usados para fazer a codeína e a morfina, a partir de 23 mil papoila do ópio. A descoberta, publicada na «Nature Chemical Biology», termina com 50 anos de interrogações. Segundo Facchini, “a evolução dos dois genes numa única espécie vegetal teve um enorme impacto sobre a humanidade, ao longo dos últimos milhares de anos e esta descoberta permite que a capacidade genética seja aproveitada”.

A indústria médica já está a usar micróbios para produzir insulina sintética em massa, para os diabéticos e esteróides para tratar a artrite reumatóide. Contudo, já têm surgido algumas preocupações sobre o impacto que os campos de cultivo da papoila possam ter na vida selvagem. Alguns produtores de ópio já tinham relatado que alguns cangurus ficaram à toa e aos círculos depois de comerem as plantas.

Os investigadores explicaram ainda que ao bloquear um dos genes, os cientistas disseram que poderia criar uma linhagem de papoilas que produzam codeína, mas não ser convertida em morfina, a fonte de heroína – uma forma de evitar a sintetização ilícita de heroína.

Propriedades neurobiológicas ou “pílula de açúcar”?

Investigadores italianos explicam que efeito placebo pode curar


Acção de placebos está marcadamente ligada à esperança do paciente
Acção de placebos está marcadamente ligada à esperança do paciente
Muitos acreditam que o efeito de um placebo seja psicológico e apenas mensurável ou observável sobre uma pessoa que acredite na sua cura, ou seja, é uma substância sem actividade farmacológica e usada como testemunho de controlo em testes. Por isso, definem-no como uma substância inerte, ou cirurgia ou terapia "de mentira", dada a um paciente pelo seu possível ou provável efeito benéfico. Há ainda quem lhe chame "pílula de açúcar". O efeito destes medicamentos tem intrigado durante séculos, mas agora um artigo publicado no jornal de medicina «The Lancet» traz novas abordagens sobre placebos. Fabrizio Benedetti, da Universidade de Turim (Itália), e os seus colegas, já se têm dedicado ao estudo do produto há algumas décadas e durante a prática descobriram que não é necessário usar um determinado placebo para conseguir o efeito no plano psicológico.

Segundo os investigadores italianos, os principais mecanismos dependem da espera dos doentes e do condicionamento. Quer se trate de uma dor ou dependência, a acção do produto está marcadamente ligada à esperança do paciente, ou por sugestão do médico.

No entanto, os benefícios não são apenas subjectivos, os placebos contêm incontestáveis propriedades neurobiológicas. Testes de ressonância magnética confirmam que estes induzem as mesmas alterações no cérebro do que substâncias morfínicas.

Placebo induzem alterações no cérebro idênticas a  substâncias morfínicas
Placebo induzem alterações no cérebro idênticas a substâncias morfínicas
Várias reacções objectivas foram observadas na actividade cerebral de doentes de Parkinson e de pessoas depressivas. Contudo um psicofarmacólogo, Jean-Jacques Aulas, explicou a um diário francês que o efeito placebo “não é universal” e que “não tem qualquer acção em infecções graves como septicemias ou cancro”.

Miolo de pão

Poderá um especialista prescrever conscienciosamente uma substância inactiva a um paciente? Por exemplo, o médico de Napoleão tratava doentes com ‘mica panis’, ou seja, miolo de pão.

Dependendo das moléculas contidas ou da personalidade do especialista que prescreve o produto, a eficácia é de certa forma influenciada pela crença. “Um bom médico está sempre optimista”, refere ainda o psicofarmacólogo.

O neurocientista italiano acrescenta que os antagonistas opiáceos reduzem o efeito placebo. “O efeito ocorre quando o cérebro espera o alívio da dor – faz com que o organismo produza opióides endógenos, ou seja, analgésicos naturais". Portanto, se o nosso cérebro espera obter analgésicos, o corpo pode produzi-los naturalmente.

Fabrizio Benedetti, sublinha ainda que palavras, o toque, cheiros ou aquilo que vemos podem ter um efeito no contexto da medicina, que determina expectativas e tendo isso em conta, os placebos podem ser vistos como um novo ramo da Medicina alternativa. Embora, esta teoria não seja tão bem aceite pelos cépticos.

terça-feira, 16 de março de 2010

Proteína da banana pode prevenir transmissão sexual da aids

Um estudo americano publicado nesta segunda-feira revela que uma classe de proteína presente nas bananas pode prevenir a transmissão sexual do vírus da aids. Segundo os pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, a lectina BanLec é um inibidor natural do HIV "tão potente quanto duas das principais drogas utilizadas atualmente no tratamento da doença".

A pesquisa publicada na mais recente edição da revista especializada Journal of Biological Chemistry explica que o BanLec bloqueia a ação do vírus HIV antes que ele possa se fixar às células sanguíneas.

As lectinas como a BanLec têm despertado interesse cada vez maior dos pesquisadores justamente por serem uma classe de proteína que se liga a carboidratos e é capaz de identificar invasores. Assim, quando um vírus aparece, ela pode ligar-se a ele impedindo a propagação de infecções.

No caso do HIV, a BanLec pode ligar-se à cobertura rica em carboidratos do vírus e bloquear sua propagação no corpo humano. A pesquisa defende ainda que, por sua forma de ação, a BanLec pode oferecer uma "proteção mais ampla".

"O problema com algumas das drogas anti-HIV é que o vírus pode sofrer mutações e tornar-se resistente, mas isso é muito mais difícil na presença das lectinas. Elas podem se ligar aos carboidratos presentes em diversas partes da cobertura do HIV, e isso presumivelmente exigirá múltiplas mutações para que o vírus consiga livrar-se delas", explicou Michael Swanson, um dos autores do trabalho.

Mais barato
Essa não seria a única vantagem da BanLec, que seria também mais barata do que os atuais coquetéis anti-aids. Os cientistas de Michigan defendem em seu relatório que a descoberta de novas formas de prevenção e controle da Aids são essenciais, justamente porque a cada duas pessoas que adquirem acesso ao tratamento com o coquetel de drogas, cinco contraem o vírus.

"O HIV ainda é rampante nos Estados Unidos e a explosão em países pobres continua a ser um problema sério por causa do tremendo sofrimento humano e do custo para tratar os pacientes", disse outro autor da pesquisa, David Marvovitz.

Nesse contexto, o uso de um microbicida à base de BanLec, em forma de gel ou creme a ser espalhado nos órgãos sexuais masculino e feminino, pode ser um grande ganho no combate à disseminação da aids. Mas o grupo de Michigan enfatiza que ainda levará anos até que o uso clínico do BanLec seja possível.
Fonte: Portal Terra

segunda-feira, 15 de março de 2010

Vitamina D e sais minerais


Vitamina D

A vitamina D é uma denominação genérica para os diversos compostos que possuem a propriedade de prevenir e curar o raquitistmo – os mais importantes são o calciferol (ergosterol ou vitamina D2) e o colecalciferol (vitamina D3).

Ela é importante no processo de absorção de cálcio e fósforo do intestino, mineralização, crescimento e reparo dos ossos.

Nos seres humanos, a vitamina D3 é formada na pele, pela ação dos raios ultravioletas da luz solar sobre um elemento (7-deidrocolesterol) presente na epiderme.

Deficiência de vitamina D:
Excesso de vitamina D:

Nível de cálcio e fósforo no sangue decresce, causando problemas nos ossos – raquitismo nas crianças e osteomalácia (mineralização deficiente dos ossos) nos adultos.


O consumo de altas doses (10 vezes o valor diário recomendado) por vários meses pode causar toxicidade, resultando em nível alto de cálcio no sangue. Pode ocorrer depósito de cálcio pelo organismo, principalmente no rim.

Fontes:

A vitamina D é encontrada em pequenas quantidades em alimentos animais na forma de colecalciferol (D3). Nenhum vegetal, fruta ou grão contém vitamina D em quantidade detectável. O mesmo acontece com carnes e peixes com baixo teor de gordura.

A vitamina D é estocada no fígado, o que faz com que este órgão seja boa fonte. É encontrada em pequenas quantidades na manteiga, nata, gema de ovo e fígado e em grande quantidade no óleo de fígado de peixes como lambari, bacalhau, arenque e atum. Tanto o leite materno como o de vaca são fontes pobres desta vitamina.

Recomendações Nutricionais de vitamina D:

Idade µg/dia

Lactentes

0 a 6 meses

5

7 a 12 meses

5

Crianças e Adolescentes

1 a 3 anos

5

4 a 8 anos

5

Homens

9 a 13 anos

5

14 a 18 anos

5

19 a 30 anos

5

31 a 50 anos

5

51 a 70 anos

10

> 70 anos

15

Mulheres

9 a 13 anos

5

14 a 18 anos

5

19 a 30 anos

5

31 a 50 anos

5

51 a 70 anos

10

> 70 anos

15

Gravidez

5

Lactação

5

Obs: na ausência de exposição adequada ao sol.

Fonte: Dietary Reference Intakes: Recommended Intakes for Individuals Vitamins, Food and Nutrition Board, Institute of Medicine, National Academies, 2004

.

Teor de Vitamina D em alguns alimentos (100 g)

Fonte

m g / 100 g

UI / 100 g

Manteiga

1,4

56

Leite integral (não fortificado)

0,08

3

Queijo cheddar

0,3

12

Ovos inteiros frescos de galinha

1,3

52

Arenque defumado

3,0

120

Sardinhas Atlântico enlatada em óleo

6,8

272

Atum em lata

5,9

236

Fígado bovino

0,4

16

Óleo de fígado de bacalhau (comercial, refinado)

250

10.000

Óleo de fígado de tubarão

60,5

2.420

Obs: 1UI = 0,025 mcg de vitamina D3

Deficiência de vitamina D e hipertensão

Estudo feito nos Estados Unidos indica que carência de vitamina D em mulheres na pré-menopausa pode aumentar o risco de desenvolver hipertensão

Agência FAPESP – Deficiência de vitamina D em mulheres na pré-menopausa pode aumentar o risco de desenvolver hipertensão, segundo pesquisa apresentada na 63ª Conferência de Pesquisa em Pressão Alta da Associação Norte-Americana do Coração, realizada no fim de setembro.

Os pesquisadores examinaram mulheres registradas no Estudo de Metabolismo e Saúde Óssea de Michigan e analisaram dados de outras 559 mulheres caucasianas que vivem na cidade de Tecumseh, no mesmo estado. O estudo começou em 1992, quando o grupo de mulheres tinha idade média de 38 anos.

Os pesquisadores tomaram leituras da pressão sanguínea anualmente durante o estudo. Os níveis de vitamina D no sangue foram medidos em 1993.

Segundo a pesquisa, as mulheres em pré-menopausa que tinham deficiência de vitamina D em 1993 apresentaram risco três vezes maior de desenvolver hipertensão arterial sistólica 15 anos depois, em comparação com aquelas que tinham níveis normais.

“O estudo se diferencia de outros porque olhamos em um período de 15 anos, ou seja, foi feito um acompanhamento muito mais longo do que na maioria dos trabalhos. Os resultados indicam que a deficiência inicial de vitamina D pode aumentar o risco de longo prazo de pressão alta em mulheres de meia-idade”, disse Flojaune Griffin, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Michigan, principal autora do estudo.

Na fase inicial da pesquisa, 2% das mulheres tinham sido diagnosticadas ou eram tratadas para hipertensão e 4% tinham hipertensão não dignosticada – definida como 140 milímetros de mercúrio (mmHg) ou mais. Mas 15 anos depois foi observada uma diferença significativa: 19% das mulheres tinham sido diagnosticadas ou estavam sendo tratadas para a hipertensão e 6% tinham o problema ainda não diagnosticado.

Os pesquisadores controlaram as variáveis para idade, massa gorda, uso de medicação anti-hipertensiva e tabagismo. A pressão sistólica é a pressão do sangue nos vasos quando o coração bate.

Os pesquisadores determinaram a situação da vitamina D por meio da medição das concentrações de 25-hidroxivitamina D [25(OH)D] no sangue. Produzida pelo fígado e também conhecida como calcidiol, a 25(OH)D é o mais abundante metabólito circulante da vitamina D. O teste de 25(OH)D é o mais usado para determinar a deficiência da vitamina.

Para deficiência de vitamina D, o estudo tomou como base valores inferiores a 80 nanomoles por litro. Os autores apontam que há atualmente, especialmente entre mulheres, uma deficiência generalizada da vitamina. O motivo principal é que muitas mulheres não têm se exposto o suficiente à luz solar – a vitamina D é sintetizada na pele por meio da ação dos raios ultravioleta.

A vitamina D também pode ser ingerida em suplementos, mas não há um consenso, apontam os responsáveis pelo estudo, a respeito de qual seria a dose ideal. Alguns pesquisadores apontam que a quantidade recomendada atualmente, de 400 a 600 unidades internacionais (UI), seria muito pouco.

Vitamina D ajuda a prevenir diabetes, câncer, hipertensão e infecções


Não passa uma semana sem que surja uma nova pesquisa associando a falta de vitamina D no organismo a alguma doença. Os problemas vão além da saúde óssea prejudicada --relação já estabelecida, pois o nutriente contribui para a fixação do cálcio nos ossos. Hoje, estudos mostram que a deficiência pode levar a hipertensão, diabetes, infecções e alguns tipos de câncer.

Há até pouco tempo, os especialistas acreditavam que a discussão sobre a falta da vitamina era desnecessária no Brasil, já que um país tropical recebe luz solar suficiente --a maior parte da vitamina D é sintetizada com a ajuda dos raios solares.

No entanto, pesquisas recentes já apontam problemas entre os brasileiros. Um estudo realizado com 603 funcionários do Hospital Universitário da USP (Universidade de São Paulo) mostrou deficiências da vitamina tanto no fim do inverno quanto no término do verão.

"Ninguém esperava esses resultados para São Paulo. Ainda faltam estudos em outras partes do país, mas talvez seja possível extrapolar os resultados para toda a região que vai de Belo Horizonte ao Sul, principalmente nas grandes cidades", diz Rosa Moysés, nefrologista do Hospital das Clínicas de São Paulo e autora da pesquisa.

Um outro trabalho, feito por pesquisadores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), com 177 idosos que vivem em instituições e outros 243 idosos que moram em casa. Entre os primeiros, 41% tinham níveis muito baixos de vitamina D e, entre os outros, 30%.

"Os números são assustadores. Mesmo trabalhos com mulheres no Recife encontraram grande deficiência, porque elas também se escondem do sol. É um problema das grandes cidades", afirma a endocrinologista Marise Castro, chefe do Setor de Doenças Osteometabólicas da universidade.

O deficit também existe entre adolescentes. A nutricionista Bárbara Peters, pesquisadora da Unifesp, detectou o problema em uma pesquisa feita com 136 jovens de Indaiatuba (interior de São Paulo) 62% deles apresentavam índice insuficiente de vitamina D.

"Não esperava esse resultado, pois são adolescentes saudáveis que vivem em uma cidade bastante ensolarada."

Trabalhos feitos em animais mostraram que a vitamina D tem um papel inibidor da renina, hormônio que contribui para elevar a pressão arterial.

Um trabalho finlandês divulgado na semana passada no "American Journal of Epidemiology" confirma o alerta. Por 27 anos, foram monitoradas 5.000 pessoas.

Houve relação entre baixos índices da vitamina e maior risco de derrame e de outras doenças cardiovasculares.

"Pessoas com níveis adequados de vitamina D têm menos risco de calcificação das artérias, pois a vitamina possui uma ação anti-inflamatória", afirma Marcelo de Medeiros Pinheiro, reumatologista da Unifesp.

O nutriente também estimula a produção de insulina, melhorando o controle da glicose, e diminui a resistência ao hormônio --o que ocorre em quem tem diabetes tipo 2. Sua falta pode favorecer o desenvolvimento da doença.

Tumores de cólon, de próstata e de mama também já foram associados à deficiência de vitamina D em pesquisas. A explicação pode estar no papel da vitamina no ciclo de proliferação celular -a substância ajuda a equilibrar a divisão das células.

Quem tem deficiência da vitamina é também mais vulnerável a infecções, pois o nutriente atua na produção de proteínas antibacterianas.

"Uma das mais estudadas é a tuberculose. Um estudo em laboratório mostrou o papel da vitamina D na doença", acrescenta Moysés.

Combate

A explicação para as baixas taxas da vitamina no sangue são a pouca exposição ao sol --já que as pessoas passam boa parte do tempo em escritórios-- e o baixo consumo de alimentos com o nutriente em quantidade razoável.

Com relação ao sol, ainda existe uma grande polêmica: o uso de filtro solar. Para alguns especialistas, o protetor dificulta a absorção dos raios UVB, responsáveis por atuar na sintetização da vitamina.

Por isso, eles sugerem uma exposição de pernas e braços descobertos por cerca de 15 minutos diários sem filtro.

"O produto certamente diminui a produção da vitamina D. Mas hábitos saudáveis [como exercícios ao ar livre] também podem ajudar a diminuir a hipovitaminose D, pois aumentam a exposição solar, mesmo naqueles que irão usar o protetor", diz Moysés.

No entanto, Marcus Maia, dermatologista e oncologista da Santa Casa de São Paulo, discorda e diz que não existe fotoproteção tão intensa capaz de impedir a síntese da vitamina.

Ele diz que sete minutos de exposição solar, três vezes por semana, são o suficiente. Maia analisou os níveis de vitamina D no sangue de 50 pessoas: 25 com melanoma (tipo mais agressivo de câncer de pele) e que usavam protetor solar diariamente nas doses recomendadas e 25 pessoas que não tinham a doença.

Ele constatou que nenhum paciente tinha níveis insuficientes da vitamina. "Nem quem precisa usa o filtro solar corretamente. Proteção solar absoluta, capaz de bloquear a síntese da vitamina D, é impossível. Por isso, outras possíveis causas do deficit da vitamina teriam de ser estudadas", diz.

O consumo de alimentos que contêm o nutriente é indicado, mas não resolve o problema. Só de 10% a 20% do valor diário recomendado podem ser obtido por meio dos alimentos.

Segundo Marcelo Pinheiro, pesquisa feita com 2.400 pessoas constatou que o brasileiro consome cinco vezes menos vitamina D do que o recomendado internacionalmente -que é de dez a 15 microgramas.

Por esse motivos, especialistas acreditam que seja necessária uma política de fortificação de alimentos e de suplementos da vitamina. No Brasil, o nutriente só é encontrado em versão manipulada.

Roseli Sarni, presidente do Departamento de Nutrição da Sociedade Brasileira de Pediatria, diz que crianças de até 18 meses devem receber suplementação, pois o que ingerem com o leite materno não é suficiente.

Sarni afirma que a suplementação de vitamina independe do fato de a criança tomar sol. Nessa faixa etária, a recomendação semanal é de meia hora se o bebê estiver só de fraldas ou de duas horas se estiver com rosto, mãos e pés expostos ao sol.

Colaborou CLÁUDIA COLLUCCI

Alimentos com mais vitamina D
É indicada a ingestão de 10 a 15 microgramas por dia, além da exposição ao sol

Salmão
100 g = 7 microgramas

Sardinha
100 g = 4,5 microgramas

Atum
100 g = 3,5 microgramas

Gema de ovo
1 unidade = 0,9 micrograma

Ostra
100 g = 8 microgramas

Leite integral
1 copo (250 ml) = 0,5 micrograma

Leite de soja fortificado
1 copo (250 ml) = 2,5 microgramas

Fonte: BÁRBARA SANTA ROSA EMO PETERS, nutricionista, e MARCELO PINHEIRO, reumatologista

Sintetizando
A maior parte da vitamina D presente no organismo é produzida coma ajuda do sol

1 - Uma substância chamada 7-dehidrocolesterol está presente na epiderme

2 - Os raios UVB do sol entram em contato com a pele e o calor converte a substância em vitamina D3

3 - A vitamina D3 cai na corrente sanguínea e chega ao fígado

4 - No órgão, se transformaem 25-hidroxivitaminas D

5 - Nos rins, se transformam em vitamina D ativa

6 - Então, participa de processos como fixação de cálcio no osso, absorção de cálcio pelo intestino e funções neuromusculares

Chá de folhas de papaia tem efeitos anti-cancerígenos

Nam  Dang, investigador envolvido no estudo
Nam Dang, investigador envolvido no estudo

Um artigo publicado na edição de Fevereiro do Journal of Ethnopharmacology revela que o chá de folha de papaia contém propriedades com grande capacidade para combater vários tipos de cancro, sem qualquer tipo de efeitos secundários, como ocorre noutras terapias.

Depois de realizarem vários testes em laboratório com uma ampla variedade de tumores, o investigador Nam Dang, da Universidade da Flórida e um grupo de cientistas japoneses documentaram os efeitos anti-cancerígenos da papaia sobre o cancro do útero, da mama, do fígado, do pulmão e do pâncreas.

Os investigadores utilizaram dez tipos diferentes de células cancerígenas e expuseram-nas a quatro graus de concentração do chá da folha de papaia durante 24 horas. Depois de medirem os efeitos do chá, verificaram que o crescimento dos tumores diminuiu e que os efeitos anti-cancerígenos eram mais fortes quando as células recebiam doses maiores de chá.

Esta foi a primeira vez que um estudo comprovou que o extracto da folha da papaia também estimula a produção de moléculas do tipo citoquina Th1, que regulam o sistema imunitário. Além disso, o extracto de papaia não possui nenhum efeito tóxico nas células normais, evitando-se assim as consequências devastadoras de outras terapias anti-cancerígenas.

HIV esconde-se na medula óssea

Investigação facilita detecção do vírus

Célula  da medula óssea
Célula da medula óssea
Investigadores norte-americanos detectaram o método que o vírus da SIDA usa para se esconder e permanecer indetectável, de modo a lançar posteriormente novos ataques.

Segundo um estudo, publicado na Nature Medicine, o HIV permanece latente na medula óssea das pessoas infectadas.

Quando as células imaturas do sangue se tornam adultas, a propagação do vírus é reactivada.

O trabalho pode explicar o porquê dos medicamentos actua contra o vírus apenas funcionam se forem tomados durante toda a vida − quando o tratamento é interrompido, o vírus retorna e expande-se novamente.

A descoberta pode fornecer uma nova maneira de conseguir o que ainda é impossível: erradicar a SIDA.

Kathleen Collins, investigadora principal
Kathleen Collins, investigadora principal
“Para curar esta doença temos que desenvolver estratégias específicas contra as células infectadas em estado latente”
, explica Kathleen Collins, da Faculdade de Medicina da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

A investigadora, que dirigiu a investigação, identificou o ‘esconderijo' do HIV em células isoladas de amostras de medula óssea de pessoas infectadas.

Collins e a sua equipa encontraram VIH latente em células progenitoras hematopoéticas (HPC, em inglês).

Transplante de medula cura seropositivo
Um norte-americano de 42 anos residente em Berlim que sofria tanto de leucemia como de SIDA foi sujeito a um transplante de medula óssea. O médico, Gero Wutter, hematologista da Universidade Médica de Berlim, seleccionou um dador com uma mutação genética rara praticamente imune ao HIV.

O transplante de medula foi um sucesso e, passados dois anos, sem voltar a tomar os medicamentos anti-retrovirais, o paciente norte-americano é considerado um caso curado do vírus da SIDA.

Este caso foi notícia pelo mundo inteiro há dois anos e despertou a curiosidade dos cientistas para um caso que consideraram improvável.
Tratam-se de células indiferenciadas que gerem todas as variedades que compõem o sangue e o sistema imunológico: o principal objectivo deste vírus.

Estudos anteriores tinham mostrado que um tipo de linfócitos T, uma das células do sistema imunológico, actua como reserva do vírus. No entanto, investigações posteriores demonstravam que isto não poderia explicar por si só o mistério do reaparecimento do HIV.

Vírus indetectável

Os investigadores infectaram as células HPC com o vírus. Algumas morriam mas outras o HIV permanecia latente e indetectável com os medicamentos actuais.

Quando trataram estas células com citocinas (proteínas que as fazem desenvolver-se e converter-se em células maduras), o vírus ficou activo e a sua carga infecciosa multiplicou-se até 12 vezes.

A equipa analisou ainda as HPC extraídas de 15 infectados por HIV. O vírus apareceu nas amostras de seis pacientes que tinham a maior carga viral, mas também em quatro que há seis meses não tinham níveis detectáveis.

“Estas células poderiam manter-se vivas e conservar o HIV latente por um período extenso de tempo”, conclui o estudo.

Imagem do vírus na SIDA
Imagem do vírus na SIDA
Agora há que demonstrar se a reserva actua do mesmo modo em outros pacientes que tomam antivirais e determinar que quantidade de vírus emana dela.

Também será necessário elucidar se a medula óssea é o último ‘esconderijo’ do HIV ou se existem outros recantos onde este se possa esconder.

Extrato de algas marinhas pode combater linfoma

Estudo foi apresentado na Conferência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro
O extracto de algas marinhas pode ser utilizados no tratamento do linfoma.
Estes são os resultados de um estudo apresentado na segunda Conferência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro: do Laboratório à Clínica, da American Association for Cancer Research, que terminou quarta-feira, na Jordânia.

O linfoma é um cancro que tem origem nas células do sistema linfático. Há dois tipos de linfomas, o de célula B e o de célula T.


A equipa de investigadores da Hashemite University (Jordânia), liderada pelo oncologista Mohammad Irhimeh, testou vários extractos de algas no tratamento dos linfomas de células B.

Estes são especialmente resistentes aos tratamentos convencionais. Já em estudos anteriores tinha sido sugerido que o fucoidano, um polissacárido presente nas algas vermelhas, é capaz de matar as células cancerosas.

Na nova investigação, os cientistas testaram um extracto, já vendido no mercado, nas células de um linfoma, verificando que este é capaz de inibir o crescimento do tumor, sem atacar as células saudáveis.

Os investigadores também observaram um padrão significativo da actividade nos genes relacionados com a apoptose, ou morte celular, em linfoma.

domingo, 14 de março de 2010

Poder anti-inflamatório da malva

Planta encontrada na região Sul do Brasil e usada popularmente para tratar afecções bucais tem sua ação confirmada em testes feitos com ratos na Universidade Federal do Paraná.
Flor da ‘Malva sylvestris’ (foto: Joaquim Alves Gaspar/ Wikimedia Commons).

A ação anti-inflamatória da malva-silvestre (Malva sylvestris), usada popularmente para tratar afecções bucais, foi confirmada em testes feitos pela cirurgiã-dentista Alliete Loddi durante pesquisa desenvolvida no Departamento de Farmacologia da Universidade Federal do Paraná. Mas o mecanismo responsável pelo fenômeno ainda está sendo investigado. “Acredita-se que haja uma sinergia entre compostos presentes na planta, como flavonoides, antocianidinas, terpenoides e taninos”, enumera a pesquisadora.

Loddi utilizou extrato hidroalcoólico da planta – obtido a partir da maceração de suas folhas secas, misturadas a uma solução de etanol e água – para tratar inflamações provocadas experimentalmente em ratos, na região dos dentes molares. “Durante a pesquisa, obtivemos também evidências de uma possível ação cicatrizante do extrato”, conta Loddi.

M. sylvestris vegeta espontaneamente em regiões de clima ameno na América, África e Europa. No Brasil, é encontrada na região Sul. Por ser difundida em muitas localidades, é conhecida por diferentes nomes, como rosa-chinesa, gerânio-aromático e malva-das-boticas.

Fonte: Ciência Hoje



Teoria de Darwin pode ser mais complexa do que se pensava

Investigadores portugueses descobrem variação genética que pode ajudar a tratar a malária

Estudo pode ajudar a tratar a malária
Estudo pode ajudar a tratar a malária
Investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa descobriram um processo evolutivo que vai permitir perceber melhor os agentes causadores de doenças como a malária ou a doença do sono e ajudar a combatê-los.

A descoberta, produto de três anos de trabalho de Paula Gonçalves e José Paulo Sampaio, investigadores do Centro de Recursos Microbiológicos, em parceira com investigadores norte-americanos, foi publicada esta quinta feira na revista Nature.
Os investigadores explicaram à Lusa que “este trabalho demonstra que a selecção natural das espécies - teorizada por Charles Darwin há 150 anos - consegue actuar de forma muito mais complexa do que o que se supunha”.

E clarificaram: “De um modo geral, os organismos que pertencem à mesma espécie têm um património genético idêntico. Isto é válido para todas as espécies e acontece porque a selecção natural favorece normalmente uma única versão de cada gene”.

Até agora, acrescentaram, “as diferenças entre indivíduos da mesma espécie tinham sido detectadas apenas para uma região delimitada do genoma”.

Com este estudo, que foi feito comparando duas populações de microrganismos - leveduras muito semelhantes, por exemplo, à do fermento de padeiro - que vivem na casca do carvalho português e japonês, encontrou-se uma diferença nunca vista entre indivíduos da mesma espécie.

Charles  Darwin, o evolucionista
Charles Darwin, o evolucionista
“É uma diferença muito marcante: envolve seis genes localizados em cinco cromossomas diferentes”
, dizem.

“Aquilo que vamos tentar perceber agora”, explicam, “é por que é que, sendo os nichos ecológicos das populações de leveduras do Japão e de Portugal idênticos, e as populações da mesma espécie, a sua diferença genética é tão marcada”.

Variações genéticas

Os investigadores explicam que, para o caso, não interessa se se trata de plantas, animais, ou pessoas: “Interessa apenas que são da mesma espécie: em biologia as leis que afectam uns afectam outros”.

Assim sendo, e como até à data ainda não se tinha descoberto uma diferença tão complexa entre indivíduos que se cruzam sexualmente, os investigadores supõem que ela possa existir noutros organismos.

“Estão aqui em causa as variações genéticas dos micróbios, que se relacionam com a sua maior ou menor capacidade de nos atacar, modificando-se, adaptando-se”, ilustram.

Cientistas da FCT UNL fizeram parte do estudo
Cientistas da FCT UNL fizeram parte do estudo
Paula Gonçalves e José Paulo Sampaio esperam, por isso, que esta descoberta possa abrir caminho para perceber melhor as variações genéticas e capacidade de adaptação de agentes patogénicos para o Homem - como é o caso dos agentes causadores da malária ou da doença do sono - e possa contribuir para o combate a estas doenças.

“Conhecendo os seus mecanismos estamos mais bem equipados para combatê-las”, concluem.

Três espécies consideradas extintas voltaram a aparecer

Orquídea fantasma e tricóptero vistos no Reino Unido e rã desaparecida surge na Austrália


A orquídea fantasma estava extinta
A orquídea fantasma estava extinta
A orquídea fantasma (Dendrophylax lindenii), um pequeno insecto voador (tricóptero) e um anfíbio (Litoria raniformis) foram dados como desaparecidos no Reino Unido e na Austrália e, agora, apareceram novamente para deleito dos conservacionistas.

Segundo os especialistas, a actividade do ser humano conduz mais rapidamente à extinção do que a capacidade que as espécies têm de evoluir. A rara orquídea foi declarada extinta no Reino Unido no ano anterior e o pequeno insecto voador que já não se via há mais de um século foi encontrado na Escócia.


A rã, considerada possivelmente extinta pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN – International Union for the Conservation of Nature), foi vista num riacho, na Austrália. Simon Stuart, especialista e um dos responsáveis pela IUCN na Comissão da Sobrevivência de Espécies, declarou estes três espécimes estavam em perigo de extinção ou extintos e voltaram a ser vistos recentemente. Entretanto, outros animais e plantas foram acrescentados à lista.

Pequeno insecto tricóptero
Pequeno insecto tricóptero
No entanto, as espécies redescobertas serão seguidas de perto, tendo em conta que foram encontradas num número bastante reduzido. Por exemplo, apenas foi avistada uma orquídea fantasma e tinha cinco centímetros, segundo os botânicos que confirmaram a sua existência.

O pequeno insecto tricóptero foi visto por um estudante de doutoramento ao lado de um rio, no Noroeste da Escócia, de acordo com a Buglife – uma instituição ligada à conservação – pode sugerir a influência das alterações climáticas na condução de espécies fora do seu habitat tradicional, visto que algumas plantas e animais serão capazes de se adaptar melhor do que outros.

Simon Stuart explica que a “lista de possíveis extinções” tem o objectivo de “poder incluir e excluir diferentes espécies”. Contudo, o investigador adianta que se “acrescentam mais nomes à lista do que aqueles que se retiram”.

Regras apertadas

A rã Litoria raniformis
A rã Litoria raniformis
Agora, o IUCN definiu regras mais estritas antes de declarar a extinção de uma determinada planta ou animal – estes terão de ser activamente procurados por uma equipa de especialistas em campo. Por exemplo, em 2008, uma organização suíça teve de mover o nome de uma rã (Craugastor milesi) da lista de espécies extintas para as páginas de animais em perigo, após ter sido encontrado um único anfíbio daquele tipo nas Honduras.

Entre várias razões, uma das quais os conservacionistas não gostam de declarar a extinção de uma determinada espécie é pelo facto de não poderem continuar a receber dinheiro para a investigação e preservação do seu habitat. Entretanto, os locais da orquídea e da rã australiana são mantidos em segredo para protegê-los, mas uma Litoria raniformis e um girino tiveram de ser levados para zoológico Taronga, em Sydney para um programa de reprodução em cativeiro.

Enzima de crustáceo marinho pode ser utilizada para produção de biocombustível

Sistema digestivo de «Limnoria quadripunctata» é composto por enzimas que degradam a madeira

«Limnoria quadripunctata» analisada por investigadores  britânicos
«Limnoria quadripunctata» analisada por investigadores britânicos
A Limnoria quadripunctata, um pequeno crustáceo marinho que se alimenta de madeira, tem no seu sistema digestivo substâncias que podem ser utilizadas para o fabrico de biocombustíveis.

Ao contrário de outros organismos que se alimentam desse material, como as térmitas, estes não necessitam da ajuda de micróbios intestinais para a digerir.


Os genes do sistema digestivo da Limnoria quadripunctata foram analisados por uma equipa de investigadores das universidades de York e Portsmouth (Reino Unido).

Neste estudo, agora publicado na «PNAS» (Proceedings of the National Academy of Sciences), foram detectadas enzimas que até agora não se tinham encontrado em nenhum outro animal.

São substâncias que atacam a madeira e a transformam em açúcares que fornecem a energia necessária a estes crustáceos. Estas enzimas foram encontradas em certos fungos que também degradam a madeira, bem como nos micróbios do estômago das térmitas.

Os investigadores vão agora tentar utilizar esta substância para produzir de combustíveis líquidos a partir de resíduos de madeira.

Artigo: Molecular insight into lignocellulose digestion by a marine isopod in the absence of gut microbes

Mistério dos micro-organismos das Cataratas de Sangue

Iniciativa da Universidade de Harvard e Nasa em estudo publicado na Science



Na frente do Glaciar Taylor – situado nos vales secos de McMurdo, na Antárctica – existe uma catarata de gelo que se tinge de vermelho intenso, parecendo-se com sangue a cada vez que emana água salgada. Por isso, a região foi mesmo denominada de Cataratas de Sangue (Blood Falls).
Um estudo publicado na revista «Science» refere mesmo que o local poderá conter micro-organismos cuja vida tenha começado fora do nosso planeta, bastante adaptados a ambientes inóspitos e com pouco oxigénio. O trabalho teve base numa iniciativa da Fundação Nacional para a Ciência (Nasa) e da Harvard's Microbial Sciences Initiative.
Os investigadores determinaram que compostos férricos podem contribuir para colorir a água, embora não se consiga determinar a sua procedência; para além de indicarem ter encontrado uma estranha bactéria num poço de água extremamente salgada. O micro-organismo esteve no meio do gelo durante mais de 1,5 milhões de anos, sem acesso à luz ou oxigénio.

Jill Mikucki na Antárctica
Jill Mikucki na Antárctica
O local é considerado como um dos desertos mais extremos do mundo e é desprovido de qualquer gelo, já que nunca neva; no entanto, está rodeado de gelo, nos vales secos, originado a partir de água doce.

Jill Mikucki, líder do estudo enquanto investigadora da Universidade de Harvard (e hoje no Dartmouth College, em Hanover, EUA) descobriu vida nas Cataratas de Sangue há alguns anos, mas levou-lhe bastante tempo a conseguir retirar uma amostra para análise. Quando finalmente a retirou, na sua composição química descobriu que uma comunidade de bactérias teve uma existência bastante enclausurada. Durante milhares de anos, os micro-organismos estiveram encarcerados sem nutrientes ou qualquer contacto com o mundo exterior.

Água rica em ião sulfato

Os investigadores chegaram à conclusão que estes conseguiram sobreviver por a água ser rica ião sulfato (SO42-), constituindo uma fonte de energia para muitas bactérias. Uma das teorias com mais probabilidade de ser a explicação mais plausível refere-se ao facto de, há milhões de anos, o Glaciar Taylor ter sido inundado pelo Mar de Ross, como um fiorde. Quando o clima começou a mudar, o mar retirou-se deixando o vale ocupado por um lago de água salgada e, à medida que o glaciar foi avançando, os depósitos de sal acumulados debaixo de 400 metros de gelo chegaram ao glaciar.

O Glaciar Taylor não está congelado na totalidade e por isso flutua sobre uma enorme concentração de sal. A pressão exercida pela massa de gelo expulso pelo sal acaba por mesclar o óxido de ferro com o oxigénio. Todas estas condições, num mundo de frio intenso, num lago saturado de ferro e enxofre, “criaram um estranho ecossistema subglaciar de bactérias capazes de metabolizar iões de enxofre e ferro”, tal como avançou a geomicrobióloga, Jill Mikucki.

Imagem de satélite da Nasa sobre as cataratas
Imagem de satélite da Nasa sobre as cataratas
A ex-investigadora de Harvard encontrou pelo menos 17 tipos de micróbios diferentes, que vivem sem oxigénio, nem luz solar – o que contraria o resto dos seres vivos existentes no nosso planeta.

Proveniência desconhecida

Alguns cientistas mais ousados, que especulam sobre a origem da colónia de bactérias, alegam que esta pode ter vindo de um meteorito, como o ALH 84001 (Allan Hills 84001), o que remete para a possibilidade de existir vida fora do nosso planeta.

Contudo, ainda não existe nenhuma prova concreta sobre a sua proveniência, mas a descoberta obriga a comunidade científica a redefinir quais são as condições necessárias para que a vida floresça e se desenvolva. É de salientar que há outros lugares no nosso sistema solar que albergue condições semelhantes às das Cataratas de Sangue, como Marte ou uma das luas de Júpiter.

Entretanto, novas expedições científicas estão previstas ao continente antárctico para desvendar o mistério; assim como a parceria com outras instituições interessadas
onde já se incluem o Dartmouth College (EUA), a Universidade de Cambridge (Reino Unido), College of Charleston (EUA), Arizona State University (EUA), entre outras.
Fonte Ciência Hoje PT