quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Cientistas analisam espécies de algas que teriam 1 bi de anos

Segundo pesquisadores, esses tipos de algas podem ter surgido há 1 bilhão de anos. Foto: M & D Littler/Smithsonian/BBC Brasil

Segundo pesquisadores, esses tipos de algas podem ter surgido há 1 bilhão de anos
Foto: M & D Littler/Smithsonian/BBC Brasil

Cientistas que estudavam duas espécies de algas que crescem em regiões profundas dos oceanos concluíram que elas podem ter surgido a cerca de 1 bilhão de anos e seriam verdadeiros "fósseis vivos". A descoberta, feita por uma equipe de pesquisadores nos Estados Unidos e da Bélgica, pode transformar as teorias sobre quais plantas seriam as precursoras de todas as plantas verdes existentes hoje.

Os estudiosos recolheram amostras de algas que já eram conhecidas e pertenciam a dois gêneros, Palmophyllum e Verdigellas. Elas foram encontradas a cerca de 200 m no fundo do mar e, segundo os estudiosos, possuem pigmentos especiais que permitem aproveitar a luz que chega a essa profundidade para fazer a fotossíntese.

Os cientistas foram os primeiros a analisar o genoma dos dois organismos. E foi esta análise que revelou a impressionante origem dessas algas. As conclusões da equipe foram publicadas na revista científica Journal of Phycology.

Diferentes
As plantas verdes até hoje foram classificadas em dois grandes grupos, ou clados - grupos de espécies com um ancestral comum. Um deles inclui todas as plantas terrestres e as algas verdes com estruturas mais complexas, conhecidas como carófitas. O outro clado, o das clorófitas, abrange todas as algas verdes restantes.

A maioria dos estudos feitos anteriormente tentou determinar quais plantas antigas deram origem às carófitas, mas houve poucas pesquisas sobre a origem das outras algas verdes. O cientista Frederick Zechman, da California State University, em Fresno, e sua equipe coletaram e estudaram amostras de Palmophyllum encontradas na região da Nova Zelândia (Oceano Pacífico), e Verdigellas da região oeste do Atlântico.

Elas são bastante peculiares, porque embora sejam multicelulares, cada uma de suas células não parece interagir com as outras de forma significativa. Cada célula está acomodada sobre uma base gelatinosa que pode dar origem a formas complexas, como caules.

Os cientistas analisaram o DNA nas células das algas e concluíram que, em vez de pertencer ao clado das clorófitas, as duas espécies pertenceriam, na verdade, a um grupo novo e distinto de plantas verdes, que é incrivelmente antigo.

Algas analisadas têm estrutura celular diferente de outras. Os cientistas acham que elas são tão diferentes, que deveriam ser classificadas em uma ordem própria.

"Ao compararmos essas sequências genéticas aos mesmos genes em outras plantas verdes, descobrimos que essas algas verdes estão entre as primeiras plantas verdes divergentes, ou seriam talvez a primeira linhagem divergente de plantas verdes", disse Zechman à BBC.

Se este for o caso, segundo o cientista, essas algas poderiam ter surgido há 1 bilhão de anos.

Progenitoras das Plantas
Para ele, a descoberta poderia "transformar" nossa visão sobre que planta verde foi o ancestral de todas as que existem hoje. Até o presente, os cientistas acreditavam que a progenitora das plantas verdes seria uma planta unicelular com uma estrutura em forma de cauda chamada flagelo, que permitia que a planta se movesse na água.

Mas a equipe de Zechman não encontrou flagelos nas algas observadas, o que pode ser uma indicação de que as plantas verdes mais antigas do planeta podem não ter tido flagelos.

Zechman disse que as algas estudadas por sua equipe podem ser qualificadas como "fósseis vivos", embora não se tenha conhecimento da existência de fósseis reais dessas algas. Sua habilidade de utilizar luz de intensidade baixa permite que cresçam em águas profundas - o que pode ser a chave de sua impressionante longevidade.

Em profundezas como essas, as plantas sofrem menos perturbações provocadas por ondas, variações de temperatura e por predadores herbívoros que poderiam se alimentar delas.

Quitosana


A quitosana é uma fibra derivada da quitina retirada exoesqueleto de crustáceos como camarão, caranguejo e lagosta. Anunciada como um "imã da gordura", atribui-se à quitosana a capacidade de ligar-se, em média, com 8-10 vezes o seu peso em gorduras.
Desta forma, ela poderia ser usada para emagrecer, já que diminuiria a capacidade do organismo de absorver gordura uma vez que ela se misturaria às gorduras formando um gel que seria excretado nas fezes. Essa ação provocaria emagrecimento e diminuição dos níveis de colesterol.

Porém, embora a capacidade da quitosana de ligar-se às gorduras tenha sido demonstrada por ensaios realizados em laboratório in vitro e em animais, alguns especialistas acreditam que a quantidade contida nas cápsulas seja pequena para ter um efeito importante sobre os níveis de colesterol.

Também é importante lembrar que a eficácia da quitosana no emagrecimento ainda não foi sustentada por estudos clínicos rigorosos em humanos. A "British Advertising Standards Authority", entidade britânica que regula os anúncios comerciais, concluiu que não havia sido comprovada que a quitosana teria capacidade de impedir a absorção de gordura suficiente para afetar o balanço energético em humanos. Por isso, a autoridade pediu aos anunciantes tornar claro no futuro que não foi comprovado que o produto ajuda a emagrecer ou prevenir ganho de peso.

Célula-tronco agiliza cicatrização de queimadura grave

A célula-tronco mesenquimal, que vem de um precursor da medula óssea, acelera cicatrização de feridas geradas por queimaduras graves, conforme constatado por pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. O estudo utilizou as células-tronco em ratos que tinham queimaduras de terceiro grau em aproximadamente 40% da superfície corporal queimada. No teste, houve ratos que receberam as células e os que não receberam, sendo que ambos tinham sofrido queimaduras. Enquanto no segundo grupo os animais tiveram uma porcentagem de cicatrização de 80%, 60 dias após a queimadura , no primeiro grupo quase todos tiveram 100% da superfície queimada cicatrizada nesse período.

“O efeito se deve ao uso das células-tronco mesenquimais, que são responsáveis por gerar tecidos da linhagem mesodérmica, como osso, cartilagem, músculo e derme”, explica a bióloga Carolina Caliari Oliveira, autora da pesquisa.

Ela comenta que ainda não se sabe exatamente como a célula atua no corpo de modo a agilizar a cicatrização. Uma das hipóteses está relacionada a um dos efeitos que a célula ocasiona. Carolina percebeu que os animais tratados apresentaram maior quantidade de tecido de granulação (tecido provisório que é formado quando há alguma lesão) e de vasos sanguíneos na região queimada após o tratamento, o que pode ajudar na cicatrização.

Além da cicatrização mais rápida, os animais tratados também apresentaram melhorias quanto a outros efeitos de queimadura grave. “A queimadura dessa gravidade comumente causa efeitos sistêmicos como hipermetabolismo e a Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS), que é uma inflamação exagerada. Em um segundo momento, o grande queimado desenvolve imunossupressão sistêmica, que diminui a resposta imunológica do paciente, deixando-o sujeito a infecções graves”, aponta Carolina. A bióloga explica que a célula mesenquimal pode ser capaz de suprimir a resposta imunológica exagerada num primeiro momento, ajudando a controlar a SIRS

Além disso, no estudo se observou que no sétimo dia após a queimadura os ratos tratados mantiveram o equilíbrio de células do sistema imunológico. Segundo Carolina, a manutenção do equilíbrio entre as células TCD4 e TCD8, ambos linfócitos, é importante para um bom prognóstico do paciente queimado. “Após queimaduras graves, a quantidade de linfócitos TCD8 pode aumentar consideravelmente, o que não é bom para o paciente. As células mesenquimais podem ter auxiliado no equilíbrio original deles, com mais TCD4 e menos TCD8”.

Tratamento
As células-tronco mesenquimais usadas advieram de medulas ósseas de camundongos, as quais foram cultivadas em laboratório. Elas são colocadas em placas de cultivo feitas de plástico. Quando cultivadas em um meio de cultura especial, após alguns dias e certos procedimentos, somente as células mesenquimais aderem ao plástico das placas de cultivo. Depois, aplicam-se com uma seringa as células-troncos mesenquimais ao redor das regiões queimadas.

A pesquisa fez parte da dissertação de mestrado de Carolina pela FMRP, sob orientação do professor Júlio César Voltarelli. A bióloga destaca que seu estudo foi o primeiro a testar as células mesenquimais em modelo experimental de queimaduras graves. Sobre a aplicação em seres humanos, ela comenta que “o modelo experimental não é perfeito, mas é a melhor ferramenta que dispomos para mimetizar o que acontece com seres humanos”.

A biologa pretende dar continuidade ao seu estudo em seu doutorado pela FMRP. “A ideia agora é utilizar células mesenquimais de seres humanos, que podem ser obtidas da veia do cordão umbilical e do tecido adiposo”.