quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Plantas sob estresse produzem sua própria 'aspirina', diz estudo

Uma equipe de pesquisadores americanos descobriu acidentalmente que algumas plantas são capazes de lançar no ar um gás de composição similar ao de um dos analgésicos mais utilizados pelo ser humano, a aspirina, quando ameaçadas por perigos como estiagem, mudanças drásticas de temperatura ou pragas de insetos.


Os cientistas do Centro Nacional para a Investigação Atmosférica do Colorado concluíram que, da mesma forma que os seres humanos usam o ácido acetilsalicílico (nome científico da aspirina) para baixar a febre, as plantas lançam no ar uma substância química parecida com o analgésico para melhorar suas defesas e se recuperar de alguma lesão.

"Os cientistas dizem que quantidades significativas de substâncias químicas podem ser detectadas na atmosfera quando as plantas respondem a secas e outros perigos", disse o repórter da BBC, Richard Hamilton.

Os especialistas destacaram em artigo na revista "Biogeosciences" que os agricultores poderiam se beneficiar desse fenômeno porque a presença de emissões de salicilato de metila tem potencial para dar aos fazendeiros um alerta antecipado para possíveis dificuldades em seus cultivos, permitindo que eles tomem medidas contra pragas, por exemplo.

A substância química liberada também pode ajudar as plantas a sinalizarem um possível perigo umas para as outras. "Esta descoberta traz uma prova de que a comunicação entre plantas ocorre no nível do ecossistema, disse Alex Guenther, co-autor do estudo.

"Parece que as plantas têm a habilidade de se comunicar através da atmosfera." A equipe disse que descobriu a presença da substância química acidentalmente quando estava monitorando emissões de compostos orgânicos voláteis em uma plantação de nogueiras na Califórnia.

Estudo: um quinto das plantas está em risco de extinção

Mais de um quinto das espécies de plantas do mundo corre o risco de se extinguir, uma tendência com efeitos potencialmente catastróficos para a vida na Terra, revela um estudo publicado esta quarta-feira. Uma pesquisa em separado alertou que a extinção dos mamíferos havia sido superestimada e sugeriu que algumas espécies que se acreditavam extintas ainda poderão ser redescobertas.

Stephen Hopper, diretor do Royal Botanic Gardens em Kew, Londres, disse que o relatório sobre a perda de plantas foi o mapeamento mais preciso já feito sobre a ameaça para as estimadas 380 mil espécies de plantas do planeta.

"Este estudo confirma o que nós já suspeitávamos: que plantas estão sob ameaça e que a principal causa é a perda de hábitat pelas mãos do homem", disse Hopper no lançamento da chamada Sampled Red List Index. O estudo, realizado por Kew, em conjunto com o Museu de História Natural, em Londres, e com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), estabelece as "linhas gerais" dos futuros esforços de preservação, afirmou.

"Não podemos nos sentar o observar o desaparecimento das espécies de plantas. As plantas são a base de toda a vida na Terra, fornecendo ar limpo, água, comida e combustível. Toda a vida animal depende dela, assim como nós", acrescentou Hopper.

O estudo é publicado antes de uma reunião, em Nagoia, no Japão, entre 18 e 29 de outubro, quando membros da Convenção da Biodiversidade, das Nações Unidas, estabelecerá novas metas para salvar as espécies ameaçadas. Craig Hilton-Taylor, da IUCN, disse esperar que o encontro de Nagoia estabeleça uma meta para se evitar a extinção de quaisquer espécies ameaçadas até 2020.

"Queremos nos assegurar de que as plantas não serão esquecidas", afirmou. Em seu estudo, os pesquisadores avaliaram cerca de quatro mil espécies, das quais 22% foram classificadas em risco, especialmente nas florestas tropicais.

As plantas estão mais ameaçadas do que as aves, tão ameaçadas quanto os mamíferos e menos do que os anfíbios e os corais, destacou a pesquisa. Os gimnospermas, grupo de plantas que inclui os pinheiros, estão entre os mais ameaçados.

O maior perigo é representado pela perda de hábitat provocada pelo homem, a maioria a conversão de hábitats naturais para cultivo e criação de gado. A atividade humana responde por 81% das ameaças, disse o pesquisador do Kew, Neil Brummitt.

Enquanto isso, um estudo realizado por dois autores australianos demonstrou que menos espécies de mamíferos do que o que se pensava podem se extinguir, especialmente aquelas ameaçadas por perda de hábitat. Diana Fisher e Simon Blomberg, da Universidade de Queensland, disseram ter identificado 187 mamíferos que estiveram "perdidos" desde 1500, 67 espécies das quais foram reencontradas. Seu artigo foi publicado no periódico Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, revista da Academia de Ciências britânica.

"A extinção é difícil de detectar", ressaltou o estudo. "Espécies com grandes vácuos em seus registros de avistamento, o que as torna passíveis de ser consideradas extintas, frequentemente são redescobertas".

Os mamíferos afetados por perda de hábitat eram "muito mais propensos a ser desclassificados como extintos" do que aqueles afetados por predadores ou enfermidades introduzidos ou por sobrecaça. Consequentemente, impactos de perda de hábitat ou extinção provavelmente foram superestimados, especialmente no que diz respeito a espécies introduzidas", acrescentou.

Os autores disseram que esforços para caçar mamíferos extintos devem ser desviados das tentativas frequentemente infrutíferas para redescobrir espécies "carismáticas", como o lobo-da-austrália, um marsupial carnívoro, considerado o último exemplar morreu em 1936 na Tasmânia.

Na semana passada, os conservacionistas anunciaram que duas espécies de um sapo africano e de uma salamandra mexicana, que se temia estarem extintos no século passado, foram reencontrados por equipes de cientistas que exploravam lugares remotos, às vezes colocando-se em grande risco.

Histologia e histopatologia










PPT sobre os tecidos animais e as alterações decorrentes de patologias referentes a tais tecidos.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Fibras solúveis da bananeira podem tratar Doença de Crohn





Fibras da bananeira podem impedir a inflamação que provoca a Doença de Crohn


As fibras de alimentos como a banana podem vir a contribuir para manter a remissão de sintomas da doença de Crohn, uma doença crónica inflamatória intestinal ainda sem cura, segundo um estudo publicado na Gut.
Investigadores da Universidade de Liverpool, no Reino Unido, em colaboração com a empresa de biotecnologia Provexis, estão a trabalhar num projecto de investigação que pretende desenvolver um novo produto alimentar à base de fibras solúveis provenientes da bananeira.

Os benefícios para a saúde do consumo de alimentos riscos em fibras, como a banana ou os brócolos, já são conhecidos há muito. O que até então não se sabia era o potencial destes alimentos no reforço das defesas naturais contra certas infecções, como a que provoca a doença de Crohn.

Estudos anteriores já tinham comprovado que os pacientes com a doença de Cronh apresentavam um número maior de uma estripe de bactérias de Escherichia coli (E.coli). Esta estirpe tem a capacidade de penetrar as paredes do intestino através de células-M, que actuam como guardiãs do sistema linfático. Nestes doentes, o processo provoca uma inflamação crónica no intestino.

Fibras impedem inflamação

Os cientistas descobriam que as fibras solúveis da bananeira tinham a capacidade de impedir que as células-M facilitassem a entrada das bactérias na mucosa intestinal, provocando a inflamação. Por outro lado, foi ainda comprovado que o polisorbato 80 (um emulsionante de gordura utilizado nos alimentos processados) produz o efeito contrário e provoca a infecção.

Nesta investigação, os cientistas detectaram que os compostos naturais da bananeira reduziram a presença da E.coli no intestino entre 45 e 82 por cento.

Jonathan Rhodes, um dos autores do estudo e investigador da Unidade de Investigação em Gastroenterologia na Universidade de Liverpool, explica que “a doença de Crohn afecta muitas pessoas em todo o mundo, as tem maior prevalência nos países desenvolvidos, onde a dieta é baixa em fibra e os alimentos processados são muito mais comuns”.

Paludismo teve origem nos gorilas

Doença mata um milhão de pessoas e infecta 250 milhões por ano


Plasmodium falciparum, o agente responsável pela malária

O paludismo, que infecta anualmente 250 milhões de pessoas, tem origem nos gorilas, uma descoberta publicada na Nature e que poderá permitir lutar melhor contra a doença.

O estudo incide sobre o parasita Plasmodium falciparum, a espécie "mais mortal, virulenta e frequente" entre as cinco identificadas nos humanos, explicou um dos co-autores da investigação, Eric Delaporte, do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento, com sede em Marselha, França.

A equipe de cientistas, coordenada por Beatrice Hahn, da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, analisou perto de três mil amostras de fezes de símios, recolhidas em 57 sítios da África Central, e concluiu que o parasita estendeu-se largamente, em 32 a 48 por cento das situações, aos gorilas do Oeste africano (Camarões, Gabão...) e a chimpanzés.

Usando a técnica sequencial de DNA, os investigadores descobriram que "os gorilas estavam infectados com diferentes estirpes de Plasmodium falciparum, sendo que uma era exactamente o antepassado da estirpe que se encontra no Homem", adiantou Eric Delaporte, sublinhando, por isso, que "são os gorilas que contaminaram os humanos e não o inverso".

O paludismo mata anualmente um milhão de pessoas, 90 por cento das quais na África Subsariana e na maioria crianças.

Viagra pode ajudar ação de remédio de câncer, diz estudo

Além de ajudar quem tem disfunção erétil, o princípio ativo do Viagra talvez se revele um bom amigo de outra parte importante do aparelho reprodutor masculino: a próstata --em especial quando afetada pelo câncer.
Isso porque, de acordo com um novo estudo, a droga pró-ereção também é capaz de aumentar a eficácia da quimioterapia contra tumores de próstata. De quebra, o sildenafil, como é conhecido, minimiza efeitos colaterais do tratamento anticâncer.

Divulgação
Droga pró-ereção, Viagra também é capaz de aumentar eficácia da quimioterapia contra tumores de próstata, aponta estudo
Droga pró-ereção,Viagra também é capaz de aumentar eficácia da quimioterapia contra tumores de próstata, aponta estudo

Os resultados, é bom lembrar, foram obtidos com células cultivadas em laboratório e em testes com camundongos. Portanto, não é nem de longe recomendável que pessoas com a doença passem a utilizar o sildenafil por conta própria. Ainda falta validar o achado em seres humanos.

A droga que foi empregada junto com o princípio ativo do Viagra é a doxorrubicina, usada contra cânceres de próstata, ovário e mama, entre outros.

Apesar de relativamente eficaz, ela provoca queda de cabelo, náusea, vômitos e problemas cardíacos em quem a utiliza.

POSITIVO

Por outro lado, já se sabia que a mesma substância do organismo bloqueada pelo sildenafil durante sua ação "erétil" também é muito ativa em tumores. Já havia a promessa, portanto, de que o Viagra e outras drogas parecidas com ele pudessem ter esse efeito positivo. Foi o que mostrou a equipe da Universidade da Comunidade da Virgínia (EUA) liderada por Rakesh Kukreja.

Em estudo que sairá na revista científica "PNAS", Kukreja e colegas aplicaram com sucesso a dupla de drogas contra células tumorais e contra tumores de próstata implantados em camundongos.

O que eles viram, em suma, é que a combinação de substâncias aumenta a morte de células do câncer, ao mesmo tempo em que protege o coração dos roedores de maiores danos.

O mecanismo pelo qual isso acontece ainda não está claro, mas é possível que o uso desenfreado de oxigênio por parte das células tumorais tenha algo a ver com o efeito. O plano, agora, é passar para testes em pessoas.

Gene defeituoso pode ser a causa da enxaqueca, diz estudo


Objetivo dos pesquisadores é encontrar remédio que ative o gene

Uma pesquisa britânica revelou que um gene defeituoso pode ser a causa das dores de cabeça características da enxaqueca. Os cientistas envolvidos na pesquisa acreditam que a descoberta pode levar a novos tratamentos para a doença.

Segundo o estudo publicado na revista Nature Medicine, o mau funcionamento de um gene conhecido como Tresk faz com que fatores do ambiente ativem áreas do cérebro que controlam a dor, causando a enxaqueca.

A equipe responsável pela pesquisa, formada por especialistas de diferentes países, utilizou amostras de DNA de pessoas que sofrem da doença e de seus familiares.

Segundo o pesquisador da Universidade de Oxford Zameel Cader, que participou do estudo, o gene Tresk estava inativo nos pacientes, o que causava a enxaqueca. "O que nós queremos é encontrar um remédio que ative o gene", disse Cader à BBC.

"Estudos anteriores haviam identificado partes do nosso DNA que aumentam o risco na população em geral, mas eles não haviam encontrado genes que pudessem ser diretamente responsáveis pela enxaqueca", afirmou Cader.

"O que nós descobrimos é que a enxaqueca parece depender do quão estimuláveis são os neurônios em partes específicas do cérebro".

Estima-se que uma em cada cinco pessoas sofra de enxaqueca. Em vários casos, a dor de cabeça vem acompanhada de náusea e de sensibilidade à luz. Em outros, ela é precedida por um distúrbio sensorial conhecido como aura, identificado pela percepção de uma luz ou de um cheiro estranho.

"(A descoberta) abre avenidas para se planejar novas pesquisas que poderão, então, levar a novos tratamentos, mas certamente este será um longo caminho", diz o médico Aarno Palotie, do Wellcome Trust Sanger Institute.