terça-feira, 30 de março de 2010

O Início- A Teoria do Big Bang


A busca pela compreensão sobre como foi desencadeado o processo que originou o universo atual, proporcionou – e ainda proporciona – vários debates, pesquisas e teorias que possam explicar tal fenômeno. É um tema que desperta grande curiosidade dos humanos desde os tempos mais remotos e gera grandes polêmicas, envolvendo conceitos religiosos, filosóficos e científicos.

Até o momento, a explicação mais aceita sobre a origem do universo entre a comunidade cientifica é baseada na teoria da Grande Explosão, em inglês, Big Bang. Ela apoia-se, em parte, na teoria da relatividade do físico Albert Einstein (1879-1955) e nos estudos dos astrônomos Edwin Hubble (1889-1953) e Milton Humason (1891-1972), os quais demonstraram que o universo não é estático e se encontra em constante expansão, ou seja, as galáxias estão se afastando umas das outras. Portanto, no passado elas deveriam estar mais próximas que hoje, e, até mesmo, formando um único ponto.
No entanto, o Big Bang é uma teoria, não sendo unanimidade entre os estudiosos.

A teoria do Big Bang foi anunciada em 1948 pelo cientista russo naturalizado estadunidense, George Gamow (1904-1968). Segundo ele, o universo teria surgido após uma grande explosão cósmica, entre 10 e 20 bilhões de anos atrás. O termo explosão refere-se a uma grande liberação de energia, criando o espaço-tempo.

Até então, havia uma mistura de partículas subatômicas (quarks, elétrons, neutrinos e suas partículas) que se moviam em todos os sentidos com velocidades próximas à da luz. As primeiras partículas pesadas, prótons e nêutrons, associaram-se para formarem os núcleos de átomos leves, como hidrogênio, hélio e lítio, que estão entre os principais elementos químicos do universo.

Ao expandir-se, o universo também se resfriou, passando da cor violeta à amarela, depois laranja e vermelha. Cerca de 1 milhão de anos após o instante inicial, a matéria e a radiação luminosa se separaram e o Universo tornou-se transparente: com a união dos elétrons aos núcleos atômicos, a luz pode caminhar livremente. Cerca de 1 bilhão de anos depois do Big Bang, os elementos químicos começaram a se unir dando origem às galáxias.

Essa é a explicação sistemática da origem do universo, conforme a teoria do Big Bang. Aceita pela maioria dos cientistas, entretanto, muito contestada por alguns pesquisadores. Portanto, a origem do universo é um tema que gera muitas opiniões divergentes, sendo necessária uma análise crítica de cada vertente que possa explicar esse acontecimento.
Fonte: Brasil-Escola. Prof. Wagner(graduado em geografia)

Primeira simulação do Big Bang no Acelerador de partículas gigante

A experiência realizada pela máquina do Laboratório Europeu de Pesquisa Nuclear pode confirmar ou mudar toda a teoria da Física sobre a estrutura da matéria.


O choque, segundo cientistas, é uma reprodução do Big Bang, que explicaria a origem do universo. A experiência realizada pela máquina do Laboratório Europeu de Pesquisa Nuclear pode confirmar ou mudar toda a teoria da Física sobre a estrutura da matéria.

Uma nova era começou para a ciência. Assim os cientistas reagiram à tão esperada colisão entre dois feixes carregados de 10 bilhões de prótons cada um no interior do túnel de 27 quilômetros construído no subsolo de uma área na fronteira entre a Suíça e a França.

Depois de duas tentativas frustradas, a terceira deu certo e às 13h06, horário local, foi registrado o choque que, segundo os cientistas, permite reproduzir o Big Bang, a explosão realizada a mais de 13 bilhões de anos e que teria dado início ao universo.

Quatro detectores gigantes captaram as colisões realizadas a uma velocidade superior a 99,99% à da luz e com uma potência jamais atingida, de 7 trilhões de eletrovolts.
Isso significa que a aceleração dos prótons equivale a 11 mil voltas por segundo dentro do Grande Colisor de Hádron, como foi batizado o megatúnel. Os responsáveis pelo CERN, o centro europeu de pesquisa nuclear, afirmaram que a experiência inédita vai permitir descobrir grandes enigmas da ciência, como a origem da massa e a presença da matéria escura no universo.

No mundo inteiro, físicos tinham a expectativa de encontrar o famoso Boson de Higgs, ou a partícula de Deus, a peça da estrutura fundamental da matéria que dá a massa a outras partículas. Mas os resultados não devem sair tão cedo já que os milhões de dados devem ser analisados por laboratórios parceiros do projeto espalhados pelo mundo.

Pedaço de pão provocou curto-circuito em 2009

O Cern, que custou 9 bilhões de dólares, foi inaugurado no dia 10 de setembro de 2008. Dez dias depois parou de funcionar, por conta de um vazamento de hélio entre dois imãs. Em 2009, um pedaço de pão, deixado provavelmente por um pássaro, caiu no transformador da máquina e provocou um curto-circuito. O incidente, entretanto, não provocou atrasos no cronograma da equipe.

Veneno de escorpião é testado contra o câncer

Cientistas americanos estão testando uma substância presente no veneno radioativo do escorpião Leiurus quinquestriatus para tratar o câncer cerebral, informa um artigo publicado nesta quarta pela revista científica britânica New Scientist.

Trata-se do TM601, um peptídeo presente no "coquetel de neurotoxinas" do veneno desse escorpião, que vive no Oriente Médio.

A substância não é tóxica para os humanos e "se liga" a um receptor apenas encontrado em algumas células tumorais.

Nas experiências realizadas em laboratório, o TM601 "invadiu" as células tumorais presentes em tecidos da mama, da pele, do pulmão e do cérebro, e deixou "intactas as células saudáveis".

Para ver se o peptídeo poderia descarregar doses letais de radioatividade nas células tumorais, os pesquisadores acrescentaram isótopos de iodo radioativo à fórmula.

Em 2007, uma companhia de Massachusetts, nos Estados Unidos, injetou essa substância em 59 pacientes que sofrem de câncer cerebral terminal.

Embora todos tenham morrido, os que receberam as doses mais altas viveram em média três meses a mais que os outros.

Atualmente, a Universidade de Chicago está realizando uma experiência que consiste em injetar a substância no sangue de pessoas que possuem o tumor para descobrir se ela também é capaz de eliminar os cânceres secundários.

O veneno de cobra no tratamento da hipertensão

Um peptídeo encontrado no veneno da jararaca poderá ser responsável por um novo medicamento no tratamento da hipertensão. É isso que afirma a farmacêutica e pesquisadora do Instituto Butantan, Claudiana Lameu, em sua tese doutorado defendida recentemente no Instituto de Química (IQ) da USP. Os peptídeos potenciadores de bradicinina (BPPs) atuariam no sistema nervoso central reduzindo a pressão arterial e a freqüência cardíaca.

Na verdade, os BPPs já são utilizados no tratamento de hipertensão há bastante tempo, por intermédio do medicamento Captopril. Contudo eles estão voltados para um outro foco, que é a inibição da enzima conversora de angiotensina (ECA), ou seja, a diminuição de certas substâncias hipertensoras no organismo.

Contudo, a atuação do peptídeo descoberta pela pesquisadora é totalmente diferente. Os BPPs atuariam no aumento da sensibilidade do barorreflexo. O exemplo que Claudiana utiliza para explicar os barorreflexo é bem simples: “Quando agachamos e levantamos rápido, a nossa pressão poderia diminuir bruscamente e nos deixar com tontura. Porém, nós temos um controle que não deixa isso acontecer. É o controle dos barorreceptores atuando.”

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Substância encontrada no veneno pode originar medicamento para tratamento de um dos sintomas da hipertensão

Os barorreceptores mandam informações para o sistema nervoso central (SNC) diminuindo ou aumentando a pressão arterial e a freqüência cardíaca quando necessário. A pesquisadora explica que os atuais medicamentos que atuam na diminuição da pressão arterial têm como contrapartida o aumento da freqüência cardíaca, o que não aconteceria num fármaco originário deste peptídeo encontrado no veneno da jararaca, que diminui, ao mesmo tempo, pressão e freqüência cardíaca.

“Não há no mercado nenhum medicamento que controle esse barorreflexo e os hipertensos têm a sensibilidade desse mecanismo diminuída”, destaca a pesquisadora. Ela comenta que ainda não se sabe a origem fisiológica da hipertensão, mas se sabe vários sinais que identificam um hipertenso até mesmo antes de a pessoa contrair a doença. Um deles é a sensibilidade alterada do barorreflexo.

Efeito terapêutico
A pesquisa feita pelo grupo que Claudiana participa utilizou ratos hipertensos os quais foi inserida uma bomba de infusão que injetava continuamente uma determinada dose do peptídeo no animal por um determinado período de tempo definido. O período mais prolongado de exposição à substância foi de 28 dias.

Quanto ao medicamento a ser produzido, Claudiana entende que ele deve ser utilizado para uso crônico, mesmo porque mais importante que o efeito instantâneo dos BPPs é o efeito sentido depois de algumas horas. “Nós já temos resultados de que, com bomba de infusão, a substância consegue manter a pressão do hipertenso em níveis normais, muito próximo dos animais normotensos (sem problemas de pressão alta ou baixa)”, destaca.

Outra descoberta em relação aos normotensos é que eles não sofrem nenhum efeito quando são expostos ao peptídeo. Uma vez que ele não tem problemas nos barorreceptores, o efeito exercido pelo medicamento seria nulo.

Segundo a pesquisadora não foi encontrado nenhum efeito colateral até o momento. Ela esclarece que a molécula responsável pelo tratamento não está presente apenas no veneno da serpente, mas também no cérebro e no baço. “É algo que é bom pra serpente. Ela não teria essa substância no sistema nervoso se não fosse para algum mecanismo fisiológico importante”, completa Claudiana.

Fonte: Agência USP de notícias

segunda-feira, 29 de março de 2010

Qualidades da romã

Ela tem tantas virtudes para a saúde que vale a pena criar o hábito de consumi-la todos os dias. Um poderoso hidratante e antioxidante, seu extrato encontra cada vez mais espaço na indústria da beleza. Aproveite a estação para mergulhar de cabeça nos benefícios desta exótica fruta. A romã não atrai apenas sorte e fartura, prometidas pela simpatia popular a quem chupar seis sementes da fruta todo 6 de janeiro, Dia de Reis. Há evidências de que a ingestão diária do suco feito com a casca, as sementes e a polpa (sim, tudo junto!) ajuda a controlar a pressão arterial, reduzir o colesterol ruim (LDL) e prevenir o câncer de mama e de próstata. Segundo a bioquímica Fernanda Archilla Jardini, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), “ainda não foram realizados testes em humanos, mas as células tumorais in vitro tratadas com a bebida tiveram seu crescimento inibido”. Já os efeitos sobre a pressão e o colesterol estão comprovados desde 2001 por estudos do bioquímico norte-americano Michael Aviram, do Rambam Medical Center, em Haifa, Israel.

Ali mento sagrado. A bebida já entrou para a história, mais precisamente no período que vai de 970 a 930 a.C., durante o reinado de Salomão, em Israel. Diz a lenda que o soberano, conhecido como o mais sábio dos reis, encontrou no vinho da romã a força para contentar suas 700 esposas e 300 concubinas. Por gratidão, ele mandou esculpir a fruta no alto das colunas de seu templo, onde hoje se encontra o Muro das Lamentações, em Jerusalém. Era para lá que os judeus levavam as romãs e outros seis alimentos sagrados (trigo, cevada, figo, uva, azeitona e tâmara) na Festa de Pentecostes (Shavuot), que acontece sete semanas após a Páscoa. “A fruta também faz parte do ritual da passagem do ano-novo judaico. Nesse dia, as pessoas engolem as sementes para que seus méritos sejam multiplicados durante o ano. Há ainda a crença de que uma romã possui 613 sementes, o mesmo número de mandamentos escritos da Torá”, conta Cecília Ben David, coordenadora pedagógica do Centro de Cultura Judaica, em São Paulo. O rei Salomão não foi o único governante a se render à fruta. Em ocasiões especiais, os imperadores romanos pregavam na roupa uma espécie de medalha feita com uma fatia fina de romã para simbolizar o poder e a fartura. No Egito e na Fenícia antigos (atual Líbano e Síria), os frutos e as folhas da romãzeira eram usados em cerimônias religiosas e colocados nos túmulos de sacerdotes e reis como oferenda.

Símbolo de fertilidade. Entre os plebeus, a romã ganhou outros significados, como amor, união, casamento e fertilidade, todos relacionados à grande quantidade de sementes que a fruta contém e à forma harmoniosa como elas se entrelaçam em sua polpa – na Grécia, por exemplo, era comum as mulheres consumirem romã em eventos religiosos para evocar a fertilidade. Conta a mitologia que Deméter, a deusa da terra e da agricultura, deixou a vegetação morrer e a fome se instalar no planeta enquanto vagava à procura da filha, Perséfone, raptada por Hades, o deus das profundezas. Diante do caos, Zeus foi obrigado a interceder e exigiu a libertação da moça desde que ela não tivesse comido nada no inferno. Mas Perséfone não resistiu aos seis grãos vermelhos da romã oferecidos por Hades e, por isso, foi condenada a passar parte do ano com o marido no inferno e outra ao lado da mãe, que anualmente enchia a terra de flores e frutos para comemorar o reencontro. Perséfone, então, simboliza a semente, que precisa ser enterrada para poder germinar depois.
Mais saúde no prato e no copo. Diz a sabedoria popular que fazer gargarejo com chá de casca de romã alivia as dores na garganta. E é verdade. “Os compostos fenólicos – antioxidantes que preservam estruturas biológicas como a membrana celular – presentes na fruta têm propriedades antiinflamatórias e capacidade para aderir à mucosa, protegendo-a. O ideal é fazer o gargarejo à noite, pouco antes de dormir”, ensina a bioquímica Fernanda Jardini, estudiosa e apaixonada pela fruta. Mas é dentro da romã, nas sementes e na película esbranquiçada que as envolve, que estão guardadas as antocianinas (substâncias anticancerígenas) e os ácidos gálico, elágico e protocatequínico (poderosos antioxidantes). Aliás, um estudo da Universidade da Califórnia feito em 2000 provou que o suco da fruta con tém duas vezes mais antioxidantes do que o vinho tinto. Mais: pesquisas apontam que esses ácidos protegem os vasos sanguíneos, reduzindo as chances de infarto e derrame. “Para aproveitar os be ne fícios, bata no liquidificador a cas ca, as sementes e a polpa com um pouco de água, coe e beba em se guida. Outro jeito é friccionar os grãos numa peneira para extrair o suco ou consumi-los juntamente com folhas verdes ou na salada de frutas”, ensina a especialista.
Quanta beleza! A romã tem tudo para se tornar a queridinha da indústria de cosméticos. É rica em antioxidantes, que combatem os radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento precoce leia-se flacidez cutânea, perda da elasticidade, rugas e manchas). E aumenta o fator de proteção do filtro solar que você aplica na pele – o ácido elágico potencializa os níveis de glutationa, antioxidante produzido pelo organismo e que protege as células da ação dos raios solares, fonte de radicais livres. Além disso, inibe a proliferação de melanócitos, prevenindo manchas de sol.