terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Transformar biomassa em combustíveis gasosos e químicos

Universidade do Minho avança com estudo para valorizar paradigma energético

Biotecnologia pode ser a chave da alteração energética
Biotecnologia pode ser a chave da alteração energética
O Centro de Engenharia Biológica da Universidade do Minho está a estudar métodos de tratamento de biomassa, com vista à sua valorização energética através da produção biológica de combustíveis como o metano, o hidrogénio, o etanol, e o butanol.

A docente do grupo de investigação em biotecnologia ambiental, Madalena Alves, recentemente distinguida numa universidade da Roménia pelo estudo que desenvolve na área, adiantou que o trabalho do organismo "enquadra-se na vertente biotecnológica da transformação de biomassa em vários produtos de valor acrescentado".


Estes podem ser desde biocombustíveis gasosos como o metano e o hidrogénio, ou químicos e combustíveis como o butanol.

"Por exemplo, o glicerol, um subproduto originado na produção de biodiesel, cuja produção atinge 600 mil toneladas por ano na Europa, é um excelente ponto de partida para outros produtos que podem ser usados no dia-a-dia, incluindo plásticos biodegradáveis e combustíveis", frisou.

Madalena Alves
Madalena Alves
A investigadora acrescentou que "este é o caminho do futuro e a biotecnologia tem um papel importantíssimo na mudança de paradigma dos hidrocarbonetos para os hidratos de carbono".

Para Madalena Alves "qualquer resíduo ou efluente que contenha uma quantidade apreciável de matéria orgânica biodegradável deve ser tratado num processo biológico produtor de energia na forma de biogás ou de hidrogénio e só depois sofrer um pós tratamento de afinação".

"Dentre as matérias-primas passíveis de produzir biogás contam-se as lamas das Estações de Tratamento de Águas Residuais, os chorumes animais de vacarias, suiniculturas e aviculturas, os efluentes agro-industriais e agro-alimentares, de matadouros, e de processamento de peixe", revela a investigadora.

Recursos naturais não são infinitos

"O desgaste dos recursos naturais, o aumento exponencial da população mundial e a crescente pressão ambiental associada ao desenvolvimento, ameaçam a sustentabilidade da vida na terra", defende.

O carvão tal como o petróleo ou o gás natural são finitos
O carvão tal como o petróleo ou o gás natural são finitos
Em sua opinião, "as fontes fósseis de energia (carvão, petróleo e gás natural) são finitas e é necessário encontrar alternativas que permitam assegurar a vida das gerações futuras".

"A Biotecnologia é uma área emergente porque, a médio prazo, a economia baseada na transformação de hidrocarbonetos do petróleo com base em processos petroquímicos, passará a ser dominada pela transformação de biomassa (hidratos de carbono e também gorduras e proteínas), com base em processos biotecnológicos", avisa.

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