domingo, 21 de março de 2010

Já é possível ler memórias

Exame detalhado da actividade cerebral permite leitura da mente
Um grupo de investigadores britânicos avançou, num artigo publicado na edição online da «Current Biology», que através de um exame detalhado da actividade cerebral se pode, efectivamente, ler a mente humana.
A equipa de trabalho da University College London, Reino Unido, descobriu que é possível diferenciar a actividade cerebral ligada a diferentes lembranças e, desta forma, identificar padrões de pensamento utilizando a Ressonância Magnética funcional (fMRI). Segundo o estudo, os cientistas conseguem dizer qual a memória do passado que uma determinada pessoa evoca a partir, unicamente, do padrão de uma actividade cerebral.
Eleanor Maguire, líder da investigação, explica que a tecnologia permite “detectar vestígios de lembranças específicas na memória episódica” [recordações de eventos quotidianos]. "As nossas lembranças estão representadas no hipocampo e agora que sabemos onde estão, temos a oportunidade de entender como é que são armazenadas e como podem mudar com o tempo", acrescentou.
A mesma equipa participou num estudo, em 2009, onde demonstrou ser capaz de determinar a localização de uma pessoa dentro de uma sala de realidade virtual, analisando apenas os seus sinais cerebrais.

A experiência

Cérebro visto através de Ressonância Magnética funcional
Cérebro visto através de Ressonância Magnética funcional
Neste estudo, Maguire e os colegas Martin Chadwick, Demis Hassabis e Nikolaus Weiskopf mostraram, a cada uma das dez pessoas monitorizadas, três filmes curtos antes de submetê-los à ressonância. Em cada filme aparecia uma actriz diferente e um cenário comum. Cada um dos voluntários tinha como tarefa recordar cada um dos filmes, enquanto os investigadores passavam os dados recolhidos pelo scanner, num algoritmo de computador, desenvolvido para identificar padrões na actividade cerebral associados às lembranças de cada um dos filmes.

Como resultado, perceberam que os padrões poderiam ser identificados para prever com precisão em que filme estaria a pensar uma determinada pessoa. Os vestígios de lembranças episódicas identificáveis, reforçaram descobertas anteriores, que provam que exames de ressonância similares podem determinar imagens vistas por um indivíduo mediante a actividade cerebral.

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