sábado, 27 de março de 2010

Corações de peixes-zebra que se auto-regeneram podem ser exemplo para mamíferos

Investigadores descobriram que são os cardiomiócitos que permitem a regeneração


Coração de peixe-zebra regenera-se no espaço de um mês
Coração de peixe-zebra regenera-se no espaço de um mês
Investigadores espanhóis e norte-americanos identificaram um tipo de células que participam na reparação cardíaca. Observando um peixe-zebra, os cientistas desvendaram parte do segredo dessa regeneração. Se este animal fica com o coração danificado por alguma razão consegue repará-lo no espaço de um mês. No estudo agora publicado na «Nature», os investigadores do Instituto Salk, na Califórnia, e do Centro de Medicina Regenerativa de Barcelona demonstram que são os cardiomiócitos (células do músculo cardíaco que permitem a contracção do coração) que permitem a regeneração.
Os cientistas acreditam que os mamíferos não estão tão distantes desse processo. Os corações humanos são incapazes de se regenerar. Depois de um ataque cardíaco, o músculo saudável é substituído por tecido com cicatrizes que não volta a contrair-se. No entanto, antes da bomba cardíaca se esgotar, as células do coração entram num estado de hibernação para tentarem salvar-se.
Este comportamento sugere que a regeneração nos mamíferos pode não ser uma utopia, acredita Juan Carlos Izpisúa, um dos investigadores. Até agora, todas as tentativas de recuperar corações em humanos depois de um ataque cardíaco centram-se na utilização de células mãe provenientes da gordura, do músculo cardíaco ou da medula óssea.
A maneira pela qual a natureza trata o coração danificado parece ser muito mais simples. A ideia seria tentar imitar o que acontece no peixe-zebra. Evitar o implante de células exteriores e tentar ativar a regeneração endógena pela diferenciação dos cardiomiócitos já existentes. Isso poderia ser feito, por exemplo, utilizando compostos químicos.
A equipe de investigação começou já à procura de moléculas para um dia dar “impulso” à natureza e permitir o uso de medicação.
Fonte: Ciência Hoje PT

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