sábado, 24 de abril de 2010

Pão contém toxina prejudicial à saúde

Investigadores portugueses avaliaram teor de Ocratoxina

Investigadores analisaram  517 amostras de pão
Investigadores analisaram 517 amostras de pão

Alguns tipos de pão diariamente consumidos pelos portugueses apresentam uma substância química tóxica - Ocratoxina A - produzida por fungos que pode revelar-se prejudicial para os rins e para o fígado, assim como potencia o aparecimento de cancros.
A investigação que permitiu estas conclusões foi conduzida por investigadores de várias entidades portuguesas que durante o Inverno de 2007 e o Verão de 2008 averiguaram a incidência desta toxina em seis regiões de Portugal continental: Bragança, Porto, Coimbra, Lisboa, Alentejo e Algarve.

Este trabalho de investigação, que está ainda em fase laboratorial, avaliou os teores desta substância no pão de trigo e broa em 517 amostras. Além disso, foi analisada a prevalência da Ocratoxina A na urina, num total de 364 amostras, uma vez que esta é a única forma de perceber se esta toxina é prejudicial à saúde humana. Foi verificado assim que a contaminação da urina com Ocratoxina é praticamente generalizada em todos os casos investigados.

O pão de milho, de centeio e integral são aqueles que apresentam teores mais elevados desta substância, ao contrário do que se sucede no pão de trigo. Os investigadores acreditam que a ingestão contínua da Ocratoxina A em baixos níveis pode acarretar eventuais riscos, embora, até então, a ingestão estimada pareça não constituir um problema para a saúde do consumidor.
De acordo com o estudo, os dados até agora obtidos são relevantes nomeadamente devido ao potencial nefrotóxico, hepatotóxico e carcinogénico desta substância. No entanto, são necessários estudos adicionais de vigilância para assegurar o bem-estar da Saúde Pública.
O estudo, de carácter nacional, envolve o Centro de Estudos Farmacêuticos da Universidade de Coimbra, em parceria com o REQUIMTE – Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), o Serviço de Bromatologia da Faculdade de Farmácia da Universidade Porto e o Instituto Politécnico de Bragança.

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