quinta-feira, 20 de maio de 2010

Acelerador de partículas norte-americano revela novidades sobre origem da matéria

Equipe de investigadores DZero acredita que nova descoberta pode abrir portas para um maior conhecimento do Universo

DZero  junta 500 cientistas de 19 países
DZero junta 500 cientistas de 19 países
O acelerador de partículas norte-americano Tevatron, do Fermilab (Fermi National Accelerator Laboratory), acaba de revelar novos dados sobre a origem do universo. Investigadores da equipa DZero encontraram uma violação das teorias da física de partículas que pode explicar por que é que nos primeiros momentos após o Big Bang a antimatéria quase desapareceu, ficando apenas a matéria.

Depois de oito anos a fazer colidir protões e antiprotões, a DZero (equipa composta por 500 cientistas, aproximadamente), descobriu que algumas partículas geram mais um por cento de matéria do que antimatéria. A proporção é 50 vezes maior do que se pensava e está muito mais próxima da quantidade necessária para que o universo exista. Os resultados da investigação serão publicados em breve na «Physical Review D».
A predominância da matéria que se observa no universo só é possível se houver diferença no comportamento das partículas e das antipartículas. Apesar de os físicos já terem anteriormente observado diferenças (chamadas violação da simetria CP, uma das condições necessárias para explicar a assimetria matéria-antimatéria), essas não eram suficientes para explicar a predomínio da matéria.
Se os resultados agora obtidos pela DZero se confirmarem em observações e análises posteriores, o efeito agora descoberto pode ser um novo passo para a compreensão do universo.

Matéria e antimatéria

Quando partículas de matéria e de anti-matéria colidem transformam-se em energia e produzem novas partículas e antipartículas. No acelerador da Fermilab, os cientistas observam isto todos os dias, tal como terá acontecido no início do universo.

Fermilab, em Batavia (Illinois)
Fermilab, em Batavia (Illinois)
Este fenómeno deveria ter deixado no universo uma igual quantidade de matéria e antimatéria. No entanto, tudo é feito de matéria e as antipartículas só são produzidas nos colisionadores (como este ou o LHC, do CERN), em reacções nucleares ou em raios cósmicos.

Descobrir o que acontece à antimatéria é uma das questões centrais da física de partículas do século XXI. O Tevatron aponta agora para o mesão-B, partícula resultante das colisões, que oscila entre a matéria e a antimatéria, gerando um por cento mais da primeira e provocando assim um desequilíbrio.

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