quinta-feira, 20 de maio de 2010

Identificada substância que provoca sentimento de medo

Experiências realizadas em ratos podem trazer soluções para problemas humanos

gerar o sentimento de medo.

O estudo de como os estímulos recebidos nos sistemas sensoriais da visão, da audição e do olfacto são interpretados e respondidos, tanto ao nível do comportamento como da produção de hormonas, pode ajudar a tratar doenças mentais, neurodegenerativas e fobias que estão ligadas a esse mecanismo.

Os investigadores consideram que o sistema olfactivo é um excelente modelo para o estudo dessa transformação, na medida em que a ligação entre estímulo e comportamento é directa, independente do aprendizado e da memória.

O que esta investigação trouxe de novo foi a verificação da importância do órgão volmeronasal nesse processo, assim como a identificação da substância responsável pelo medo. Para isso, os investigadores modificaram geneticamente os ratos, cujo órgão volmeronasal não tinha nenhuma função. Deste modo, puderam determinar se o órgão estava ou não envolvido com respostas comportamentais.

Ratos  foram expostos a odores de vários predadores
Ratos foram expostos a odores de vários predadores
Depois de avaliarem a resposta de medo dos ratos a odores de vários predadores como gatos ou cobras, verificaram que, ao contrário dos ratos normais, que emitiram respostas comportamentais a esses odores, os animais alterados não demonstraram medo e, pelo contrário, sentiram-se atraídos pelo odor dos predadores.

A substância responsável pelo sentimento de medo pertence ao grupo das Proteínas Maioritárias da Urina (MUP), que são segregadas na urina, na saliva, no suor e no sangue. Os investigadores formularam esta substância sinteticamente, para que não fosse contaminada e comprovaram o seu efeito.

Descobriram ainda que neurónios específicos actuavam na identificação do feromónio do medo. Para isso, utilizaram uma técnica chamada de cálcio intracelular, que faz com que, quando uma célula é activada, o cálcio penetre no seu interior e se ligue a um corante fluorescente. Observando microscopicamente, os pesquisadores identificaram as células que eram activadas.

Estudos anteriores já relacionaram o medo de presas com o odor do predador, sem qualquer contacto visual entre si. Nesta investigação , os ratos reagiam mesmo nunca tendo tido contacto com um predador, o que indica que têm genes que os preparam para detectar os odores específicos e reagir a eles.

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