sexta-feira, 6 de maio de 2011

Medicamento para o HIV pode combater cancro do colo do útero

Fármaco elimina células infectadas pelo papiloma vírus humano


HPV é dos principais responsáveis pelo câncer colo do útero
Uma equipa de investigadores da Universidade de Manchester, no Reino Unido, descobriu que o fármaco Lopinavir, utilizado para tratar portadores do vírus da sida, pode combater de forma eficaz o papiloma vírus humano (HPV), associado ao desenvolvimento de cancro no colo do útero.

Um estudo publicado na revista“Antiviral Therapy”,mostrou que este medicamento tem a capacidade de alterar um mecanismo de defesa do HPV em células de mulheres infectadas com o vírus.

Contudo, os seus efeitos positivos contra o vírus responsável pelo desenvolvimento de tumores cancerígenos no colo do útero, e que nos homens está associado ao cancro peniano, só ocorrem se as pacientes receberem uma dose 15 vezes superior à aplicada nos doentes com sida. Desta forma, para os cientistas, o melhor método de aplicação seria por meio de cremes, pois, actualmente, o medicamento é disponibilizado apenas em formato de comprimidos.
De acordo com os investigadores, o Lopinavir actua no organismo ao eliminar as células infectadas pelo HPV, sem provocar danos significativos naquelas que são saudáveis. Tal acontece, porque o medicamento activa um sistema anti-viral do próprio organismo que é suprimido pelo HPV.

“As células infectadas em que o fármaco actua não são do cancro em si, mas o que se tem de mais próximo das células encontradas numa infecção de HPV pré-cancerígena”, referiu Ian Hampson, membro da equipa responsável pelo estudo, que, em 2006, tinha realizado outro trabalho em que identificou o mesmo efeito do Lopinavir através de testes de laboratório.

Para a equipa da Universidade de Manchester, esta descoberta pode melhorar o tratamento do cancro do colo do útero, cujos casos têm vindo a aumentar devido à transmissão sexual do vírus HPV, um das causas mais comuns da doença.

Já existem vacinas para o HPV, mas são ineficazes em mulheres já infectadas pelo vírus e não protegem contra todos as formas do vírus, para além de que são muito caras e não chegam assim a toda a gente.

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